Apesar de possuir a maior taxa básica de juros do mundo, o Brasil foi o país onde a inflação registrou maior queda em pontos percentuais dentre as nações do G20. O G20 é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
Sendo assim, em fevereiro de 2022, a taxa anual de inflação no Brasil era de 10,5%, uma das mais altas do grupo. No entanto, com o passar de 12 meses, a taxa em fevereiro deste ano ficou em 5,6%.
O Banco Central foi uma das primeiras autoridades monetárias do mundo que se adiantou no esforço para a desinflação. Por outro lado, o juros base da economia brasileira está em 13,75% ao ano desde setembro de 2022.
A taxa Selic começou a aumentar em março de 2021, realizando o maior ciclo brasileiro de alta do século XXI. Além disso, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu aumentar os juros em 11,75 pontos percentuais, durante 12 reuniões seguidas, de março de 2021 a setembro de 2022.
Confira a seguir uma lista com as variações do índice inflacionário, em pontos percentuais (p.p.) de alguns países do G20, no período de fevereiro de 2022 a fevereiro de 2023:
Os 9 países restantes, mais a União Europeia, também demonstraram um aumento nos pontos percentuais. Observe que apenas Brasil, Estados Unidos e Canadá demonstraram uma queda neste período.
Por outro lado, com relação à taxa real de juros, o Brasil lidera a lista, com 6,94% (a maior do mundo). O cálculo foi feito pela Infinity Asset, com base na projeção “ex-ante”. Esse método consiste em considerar a taxa para os próximos 12 meses.
Com os dados apresentados, pode se dizer que o custo do índice inflacionário é ter os maiores juros do planeta. Sendo assim, surge a seguinte questão: vale a pena derrotar a inflação, ao custo de ter um juros muito alto, que atrapalha negócios em todos os setores da economia?
Nesse sentido, o governo de Lula fez críticas ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto. Lula disse que quer se reunir com bancos e empresários para discutir a taxa de juros, criticou a autonomia do BC e afirmou querer maior meta para a inflação.