O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (10/12) os valores do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano de 2021. Este índice mede a inflação (alta nos preços de produtos e serviços) oficial no país e é utilizado para avaliar o poder de compra dos brasileiros.
Para cálculo do IPCA são considerados o que a população consome e o quanto é gasto com produtos como: feijão, arroz, passagens de ônibus, cinema, material escolar, assistência médica e outros. Estes itens são definidos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
Em novembro deste ano, o IPCA apontou inflação histórica de 0,95%, este é o maior valor desde novembro de 2015 (1,01%). Porém, se compararmos com outubro, podemos observar uma queda de cerca de 0,3%. No ano de 2021 temos IPCA acumulado de 9,25% e considerando um período de 12 meses (entre novembro de 2020 e novembro de 2021) o índice é de 10,74%.
O setor de transporte é o mais afetado pela alta, nele a inflação chegou a 3,35%. A alta nos preços se deve aos diversos reajustes que ocorreram nas refinarias durante o mês de outubro. O valor da gasolina nos postos subiu cerca de 7,38%, outros combustíveis como etanol e gás natural veicular também tiveram altas expressivas durante o ano.
O IPCA também teve impacto relevante em outros setores da economia. Os gastos com habitação tiveram alta de mais de 1% ao mês, este cenário se agravou por conta da alta no preço da energia elétrica, que desde setembro vive um cenário de escassez hídrica.
Outros grupos que tiveram alta moderada nos índices de inflação foram: vestuário (0,95%), educação (0,02%), despesas pessoais (0,57%), comunicação (0,09%) e artigos de residência (1,03%).
Em contrapartida, alguns setores tiveram queda nos preços (deflação). A alimentação teve queda de 0,04%, os gastos com saúde e cuidados pessoais também sofreram deflação (-0,57%). Estas quedas acompanham a queda de preços em alimentação fora de domicílio e de produtos de higiene pessoal, respectivamente.
Segundo o Banco Central do Brasil, ainda não há uma expectativa de redução nos índices de inflação para o ano de 2022, portanto a tendência é a manutenção de um cenário de instabilidade.
Antes do agravamento da pandemia no Brasil, o país já se encontrava em um cenário financeiro negativo, com redução na disponibilidade de empregos para a população e queda do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.No mundo todo podemos observar certa instabilidade inflacionária causada pela pandemia do novo coronavírus, porém ainda existe expectativa de uma pequena melhora, mesmo que a longo prazo.