Nesta quarta (10), o Brasil registrou 2.349 por Covid-19 em 24h, um novo recorde, tornando-se novo epicentro da pandemia no mundo. Os Estados Unidos, que há tempos vinham contabilizando mais óbitos pela doença do que qualquer outro país, contabilizaram 1.477 mortes no mesmo período e foram ultrapassados pelo Brasil.
Apenas Brasil e EUA superaram a marca de 2 mil mortes por Covid-19 em um único dia. Índia, México e Argentina chegaram a registrar essa marca, entretanto, no caso deles, foi devido a um represamento de dados a serem computados.
Em entrevista ao jornal O Globo, a microbiologista Natalia Pasternak apontou causas para o aumento no número de mortes por Covid-19 no país.
“Esse aumento acentuado acontece porque a gente ainda está colhendo consequências de Natal, Ano Novo, férias e Carnaval, um em cima do outro, com as pessoas se expondo mais.”, afirmou a microbiologista presidente do Instituto Questão Ciência.
Ontem, o Brasil também registrou mais novos casos de infecção pelo novo coronavírus (68.955) do que os Estados Unidos (58.530), evidenciando que o país hoje é o que mais sofre com a pandemia e vive aceleração no número de óbitos e infecções.
“Este cenário coloca o Brasil numa posição de risco sanitário global. Um país do tamanho do nosso com a pandemia descontrolada pode virar uma grande sopa de novas variantes preocupantes do vírus, com consequências geopolíticas, sociais e econômicas.”, disse Pasternak.
Assim como o número de mortes em 24h, a média móvel de óbitos por Covid-19 no Brasil bateu novo recorde nesta quarta, chegando a 1.645 mortes diárias nos últimos 7 dias. Em comparação com a média de 14 dias atrás, o número representa aumento de 43%.
Os números são do levantamento do consórcio de veículos de imprensa com dados das secretarias de Saúde dos estados e foram consolidados às 20h desta quarta (10). O Distrito Federal não divulgou o número de mortes e novos casos por Covid-19.
Há 49 dias consecutivos o Brasil fica com a média móvel acima de 1 mil mortes diárias por Covid-19. Já são 13 dias seguidos com média acima de 1,1 mil óbitos e 11 dias superando as 1,2 mil mortes por dia. Foram 12 recordes seguidos desde 27 de fevereiro.
Veja a sequência da última semana na média móvel: