O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta segunda-feira (2) que o Brasil criou 220,84 mil postos de trabalho formal em agosto de 2023. O resultado mostra que o país registrou uma quantidade bem maior de admissões do que de demissões no oitavo mês do governo Lula.
Embora os dados sejam expressivos, a quantidade de vagas formais de emprego geradas em agosto deste ano foi 23,3% menor que a observada no mesmo mês de 2022. A propósito, o Brasil havia criado 228,09 mil empregos em agosto do ano passado.
Os dados mais fracos neste ano não estão restritos a agosto. Em síntese, o governo Lula vem enfrentando desafios quando o assunto é geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados no mesmo período de 2022.
Todos os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.
De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em agosto deste ano:
Com o acréscimo do resultado de agosto, o Brasil passou a registrar um saldo de 43,83 milhões de empregos com carteira assinada. Em suma, o valor superou em 0,5% o saldo observado em julho (43,61 milhões).
Já na comparação anual, o avanço foi ainda maior, de 3,5%. Em agosto do ano passado, o Brasil tinha um saldo de 42,33 milhões de empregos com carteira assinada.
O Ministério do Trabalho também revelou que o Brasil criou 1,38 milhão de vagas formais de emprego nos oito primeiros meses de 2023. O número ficou 27% menor que o registrado no mesmo período de 2022 (1,9 milhão).
Em setembro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que os dados relacionados à geração de empregos formais no Brasil em 2023 estavam de acordo com as estimativas do Governo Federal. A expectativa é que o país crie dois milhões de postos formais de trabalho neste ano.
Ainda faltam os dados dos quatro últimos meses de 2023. Caso a quantidade de vagas criadas fique semelhante ao número registrado em agosto, o país irá criar mais de dois milhões de empregos formais no ano.
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em agosto de 2023, assim como acontece em praticamente todos os meses.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em agosto, algo que ocorre em praticamente todos os meses dos anos. O saldo do setor ficou bem maior que o registrado pelos demais grupos. Por isso que o setor é considerado o grande empregador do país.
Esse é o quinto mês consecutivo em que todos os grupamentos registraram resultados positivos. Inclusive, os serviços lideraram a criação de vagas, registrando um acréscimo de 103,2% em relação a julho (56.303 vagas).
Da mesma forma, o número de vagas criadas nos seguintes grupamentos também cresceu em agosto: comércio (56,5%), indústria (46,2%) e construção (11,5%).
O único setor a registrar queda no número de vagas criadas foi a agropecuária, com um tombo de 60,5% na comparação mensal (12.978 vagas). A saber, os primeiros meses do ano são marcado pela colheita da soja, principal grão do país, e o período fica marcado por uma grande quantidade de trabalhadores contratados.
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. No oitavo mês de 2023, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:
Os dados mostram que a região Sudeste respondeu por cerca de 45% do total de vagas criadas no país em agosto. Aliás, o número na região disparou 42,4% em relação às vagas criadas em julho, que totalizaram
As demais regiões também registraram crescimento na criação de vagas de emprego em agosto, com exceção do Centro-Oeste, onde as vagas caíram 2,4% em relação a julho (18.310 vagas).
Por sua vez, as variações das demais regiões foram as seguintes: Sul (213,8%), Nordeste (98,9%) e Norte (21%).
Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país. Portanto, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).