O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta segunda-feira (30) que o Brasil criou 211,76 mil postos de trabalho formal em setembro de 2023. O resultado mostra que o país registrou uma quantidade bem maior de admissões do que de demissões no oitavo mês do governo Lula.
Embora os dados sejam expressivos, a quantidade de vagas formais de emprego geradas em setembro deste ano foi 23,8% menor que a observada no mesmo mês de 2022. A propósito, o Brasil havia criado 278,02 mil empregos em setembro do ano passado.
Os dados mais fracos neste ano não estão restritos a setembro. Em síntese, o governo Lula vem enfrentando desafios quando o assunto é geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados no mesmo período de 2022.
Todos os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.
De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em setembro deste ano:
Com o acréscimo do resultado de setembro, o Brasil passou a registrar um saldo de 44,04 milhões de empregos com carteira assinada. Em suma, o valor superou em 0,5% o saldo observado em agosto (43,83 milhões).
Já na comparação anual, o avanço foi ainda maior, de 3,3%. Em setembro do ano passado, o Brasil tinha um saldo de 42,61 milhões de empregos com carteira assinada.
O Ministério do Trabalho também revelou que o Brasil criou 1,59 milhão de vagas formais de emprego nos nove primeiros meses de 2023. O número ficou 26,6% menor que o registrado no mesmo período de 2022 (2,17 milhões).
Em setembro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que os dados relacionados à geração de empregos formais no Brasil em 2023 estavam de acordo com as estimativas do Governo Federal. A expectativa é que o país crie dois milhões de postos formais de trabalho neste ano.
Ainda faltam os dados dos três últimos meses de 2023. Caso a quantidade de vagas criadas fique semelhante ao número registrado em setembro, o país deverá criar mais de dois milhões de empregos formais no ano.
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em setembro de 2023, assim como acontece em praticamente todos os meses.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em setembro, algo que ocorre em praticamente todos os meses dos anos. O saldo do setor ficou bem maior que o registrado pelos demais grupos. Por isso que o setor é considerado o grande empregador do país.
Esse é o sexto mês consecutivo em que todos os grupamentos registraram resultados positivos. Inclusive, os serviços lideraram a criação de vagas, mas registrando um decréscimo de 14,2% em relação a agosto (114.439 vagas).
Da mesma forma, o número de vagas criadas na construção também encolheu em setembro. Contudo, o recuo foi ainda mais intenso, de 26,1%, já que o segmento havia criado 28.359 postos de trabalho no país em agosto.
Por outro lado, os demais segmentos registraram aumento na criação de vagas criadas em setembro: indústria (39%), agropecuária (15,9%) e comércio (3,9%).
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. No nono mês de 2023, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:
Os dados mostram que a região Sudeste respondeu por cerca de 38,9% do total de vagas criadas no país em setembro. Apesar do forte resultado, o número na região caiu 17,6% em relação às vagas criadas em agosto, que totalizaram 100.006 empregos gerados.
Por sua vez, a região Nordeste respondeu por 35,5% do total de vagas criadas no mês, apresentando números bem parecidos com o Sudeste. Contudo, o número de empregos criados no Nordeste cresceu 17,8% no mês. Aliás, a região foi a única a apresentar números mais fortes que os de agosto.
As demais regiões registraram queda na criação de vagas de emprego em setembro, na comparação com agosto. Veja os números: Centro-Oeste (-17,2%), Norte (-5,6%) e Sul (-2,2%).
Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país. Portanto, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).