Até as 07h00 desta segunda-feira, 309 de março, as secretarias estaduais de Saúde divulgaram 4.316 casos confirmados de novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil em 26 estados e no Distrito Federal. Segundo dados oficiais, são 139 mortos, sendo 98 deles em São Paulo, de acordo com a secretaria de Saúde do estado.
Em São Paulo, são novas duas mortes confirmadas, sendo uma por um hospital e outra por uma universidade, somando 98 no total. Os casos ainda não foram contabilizados pela secretaria. No Rio de Janeiro, foram mais 42 casos confirmados e mais quatro mortes. O Estado já tem 17 mortes e 600 casos.
Na Bahia, na manhã de domingo, 29 de março, a primeira morte por coronavírus no Estado foi confirmada. Trata-se de um paciente de 74 anos que fazia diálise e estava em um hospital particular. São 156 casos confirmados no Estado.
Na tarde do último domingo, o Ministério da Saúde atualizou os números informando que o Brasil tem um total de 4.256 casos confirmados de coronavírus e 136 mortes.
O avanço da doença está em ritmo acelerado, já que foram 25 dias desde o primeiro contágio confirmado até os primeiros 1.000 casos (de 26 de fevereiro a 21 de março). No entanto, os outros 2.000 casos foram confirmados em apenas seis dias (de 21 a 27 de março).
Segundo o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo, governo federal não está mais divulgando o número de casos suspeitos porque a transmissão do vírus já é comunitária.
“Com transmissão comunitária, qualquer um pode ser um caso suspeito. Qualquer brasileiro que apresente síndrome gripal. Não tem mais nenhum sentido mostrar os casos suspeitos”, afirmou Gabbardo.
Os testes serão feitos em casos leves. “Estamos adquirindo um volume de testes significativo para que na próxima semana, daqui a 8 dias, tenhamos 5 milhões de testes rápidos para distribuição em todo o Brasil, para iniciarmos a realização (de testes) em casos leves”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira. “Vai aumentar muito a velocidade de diagnóstico em todo o Brasil.”
Até então, somente pacientes com sintomas graves eram testados. Foram distribuídos, até agora, 27 mil testes para todo o Brasil, mas não há informação sobre o número de testes realizados.
De acordo com o ministro da Saúde, a Covid-19 poderia ser mais uma gripe forte se as ocorrências fossem distribuídas ao longo do ano e já houvesse vacina.
“Como nós não temos – e ninguém tem imunidade (vacina) – isso está acontecendo de uma maneira abrupta e vai levar muita gente ao mesmo tempo ao sistema de saúde. É como se você tivesse uma geladeira da sua casa e todo o quarteirão precisasse da sua geladeira para guardar alguma coisa: não cabe.”
O ministro afirmou, por outro lado, que apenas 15% das pessoas que serão contaminadas deverão precisar de internação. Ele espera que o Brasil tenha menos casos graves porque a base da população é jovem.
“Quase metade da população não vai pegar essa gripe. Porque, se metade entrar em contato com o vírus, a outra metade estará protegida”, disse Mandetta. “Da metade que vai entrar em contato, mais da metade não vai nem ter sintoma. Vai simplesmente desenvolver anticorpo, ele pega só um resto de vírus”, completou.
“Dos que tiverem sintoma, quase 85%- e eu acho que no Brasil, nesse ponto, os estudos vão mostrar… eu acho que, como a gente tem uma base populacional jovem, acho que nosso comportamento vai ser melhor frente ao vírus”, afirmou. “Acho que a gente pode ter um grande cordão imunológico, com menos casos graves. Dos 15% que vão ter sintoma, a grande maioria terá sintomas leves. E uma minoria vai necessitar de internação hospitalar”, disse.
O Presidente Jair Bolsonaro, em pronunciamento na noite da última terça-feira, 24, criticou o pedido para que todas aqueles que possam fiquem em casa. A declaração foi de encontro a tudo o que os especialistas e autoridades sanitárias do país e do mundo inteiro vêm anunciando.
O presidente Bolsonaro culpou todos os meios de comunicação por espalharem uma sensação de “pavor”. Segundo ele, se ele contrair o vírus, não pegará mais do que uma “gripezinha”.
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