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Bomba no mercado estético: Anvisa manda recolher lote falsificado de toxina botulínica

Determinaçao da Anvisa tem efeito imediato. Veja o que se sabe sobre o assunto, para começar a proteger a sua saúde

Publicado por
Aécio de Paula

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão imediata e a apreensão de um lote falsificado da toxina botulínica Dysport. 

O lote em questão, identificado como W07310, não foi produzido pela fabricante original e, segundo a agência, deve ser evitado a todo custo.

A decisão foi tomada após uma comunicação oficial da Ipsen, farmacêutica responsável pelo Dysport no Brasil, alertando que desconhece a origem do referido lote, colocando em dúvida sua composição, segurança e eficácia.

Ainda segundo a Anvisa, fica determinada a proibição total de atividades com o produto falsificado, como: 

  • Armazenamento
  • Comercialização
  • Distribuição
  • Exportação
  • Fabricação
  • Importação
  • Propaganda
  • Transporte
  • Uso clínico ou estético

Segundo a Anvisa, não se sabe o que há dentro das ampolas falsificadas, o que representa um risco significativo à saúde pública. 

Médicos, clínicas e distribuidores foram orientados a notificar imediatamente a presença do produto e colaborar com os órgãos de vigilância.

Para que serve o Dysport aprovado?

A toxina botulínica tem diversas aplicações clínicas e estéticas autorizadas pela Anvisa, como:

  • Tratamento de espasmos musculares e deformidades pós-AVC
  • Alívio de incontinência urinária
  • Redução de suor excessivo nas axilas e mãos
  • Correção de deformidades em crianças com paralisia cerebral (a partir dos 2 anos)
  • E, claro, o uso cosmético para suavizar linhas de expressão

A recomendação é clara: se houver dúvidas sobre a autenticidade de um lote, o produto não deve ser utilizado.

Falsificação de medicamentos é crime, e a atuação rápida da Anvisa busca conter riscos à saúde da população e responsabilizar os envolvidos. Quem tiver informações sobre o lote W07310 pode entrar em contato com a agência ou com a fabricante original.

Decisão da Anvisa já está valendo de fato. Imagem: Agência Brasil

Quando o barato sai caro

A falsificação de medicamentos representa uma das ameaças mais sérias à saúde pública. No caso de produtos como o Dysport, que envolvem aplicações injetáveis próximas a músculos faciais e nervos, o perigo é ainda maior.

Entre os principais riscos do uso de medicamentos falsificados estão:

  • Falta de eficácia (por conter substâncias inativas ou adulteradas);
  • Reações adversas graves, incluindo infecções;
  • Riscos neurológicos, no caso de substâncias que agem diretamente no sistema nervoso;
  • Dificuldade de rastreamento e responsabilização, já que não há controle sanitário na produção.

Por isso, é fundamental que clínicas e consumidores estejam sempre atentos à procedência dos produtos, exigindo nota fiscal, checando o registro na Anvisa e desconfiando de preços muito abaixo do mercado.

Como identificar o produto suspeito?

A própria Anvisa disponibiliza canais de consulta pública sobre medicamentos registrados. Além disso, há alguns sinais de alerta que podem indicar falsificação:

  • Embalagens com erros de grafia ou acabamento;
  • Falta de número de lote ou data de validade;
  • Ausência de código de barras rastreável;
  • Divergências entre o número do lote e os registros da fabricante;
  • Venda sem prescrição ou sem acompanhamento profissional.

E se eu já apliquei o produto suspeito?

Quem já fez uso de um lote que possa ser falsificado deve:

  • Observar qualquer sintoma incomum nas horas ou dias seguintes (como dor persistente, inchaço anormal, dificuldade de movimento, visão dupla ou falta de ar);
  • Procurar atendimento médico imediato, informando a possibilidade de uso de produto falsificado;
  • Levar, se possível, a embalagem e o número do lote para facilitar o rastreamento;
  • Registrar uma denúncia anônima junto à Anvisa para ajudar na investigação.

Falsificação de medicamento é crime

Além do risco à saúde, a falsificação de medicamentos configura crime previsto no Código Penal Brasileiro. A prática pode envolver diversas etapas ilegais, desde o envase e rotulagem até a distribuição irregular.

Empresas e profissionais flagrados com produtos irregulares podem responder por crime contra a saúde pública, além de sofrer sanções administrativas, perda de licenças e processos judiciais.

A Anvisa mantém operações regulares de fiscalização e conta com denúncias da população e do setor médico para agir com agilidade.