Em um cenário econômico cheio de surpresas, uma nova tendência emergiu recentemente: grandes supermercados começaram a diminuir estoques. Esta notícia chocou o setor varejista, levantando uma pergunta inevitável: “por quê?”. A resposta pode te surpreender: é a deflação que assola o Brasil. Mas como a deflação influencia na decisão de diminuir estoques? Vamos desvendar este mistério.
Os supermercados estão percebendo que a deflação pode se tornar uma adversária inesperada. Executivos de empresas de varejo influentes como Assaí e Carrefour identificaram a deflação como o principal motivo para diminuir estoques. A razão é simples: quando os preços caem, o valor dos produtos nos depósitos também diminui.
O impacto da deflação nas margens de lucro é uma preocupação crescente. Stéphane Maquaire, CEO do Carrefour, explicou como o modelo atacarejo sofre financeiramente em tempos de deflação. Ele destaca que manter um grande estoque quando cada dia ele vale menos, cria uma situação negativa para as margens. Por isso, a estratégia de diminuir estoques faz todo sentido.
Nesse cenário, as vendas no setor B2B também são afetadas. Belmiro Gomes, CEO do Assaí, observou que os proprietários de empresas como restaurantes e bares estão sendo mais cautelosos nas suas compras, levando apenas o necessário, pois percebem a tendência de queda dos preços.
Com a mudança do comportamento dos consumidores e a necessidade de diminuir estoques, a dinâmica do mercado varejista está sendo alterada. Neste ponto, cabe um olhar mais profundo sobre como as diferentes empresas estão se adaptando a este novo cenário.
Ao diminuir estoques, as empresas conseguem liberar uma parte significativa do capital que havia sido investido em produtos. Isso melhora o seu capital de giro, uma métrica crucial para a saúde financeira de uma empresa. Assaí e Carrefour, por exemplo, conseguiram melhorar significativamente seu fluxo de caixa apesar dos custos de conversões.
No entanto, é importante observar que essa melhora pode ser apenas temporária. Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante, destaca que essa melhora no capital de giro e a diminuição dos dias de estoque são fenômenos que acompanham o contexto de inflação.
Neste momento de desafios e incertezas, os supermercados estão adaptando suas estratégias para sobreviver e prosperar. O movimento para diminuir estoques é um reflexo da atual conjuntura econômica, mas a pergunta que permanece é: quais serão as implicações de longo prazo dessa tática?