A Via, empresa proprietária das reconhecidas marcas Casas Bahia e Ponto (antigo Ponto Frio), surpreendeu o mercado ao anunciar um novo plano de negócios destinado a reestruturar suas operações.
O plano, revelado recentemente, inclui o fechamento de até 100 lojas até o final de 2023 e a redução significativa do quadro de funcionários, com a demissão de aproximadamente 6 mil colaboradores. Além disso, a Via tem como objetivo uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques este ano.
A transformação da estratégia da Via vem em um momento de mudança na alta gestão da empresa. O presidente da Via, Renato Horta Franklin, assumiu recentemente o cargo, trazendo consigo uma nova visão para impulsionar o crescimento da empresa.
A estratégia anterior focava na expansão das vendas através de meios digitais, na abertura de novos canais e na aposta em fintechs. No entanto, a nova gestão reconheceu a necessidade de otimizar as operações existentes e maximizar a rentabilidade dos recursos já disponíveis.
Uma das mudanças mais impactantes no plano da Via é o fechamento de até 100 lojas até o final de 2023. Essa decisão visa concentrar os esforços nas lojas que oferecem maior lucratividade à empresa.
A nova estratégia implica em analisar cuidadosamente os produtos de menor retorno financeiro e transferi-los para o marketplace da empresa, deixando as lojas físicas com itens mais lucrativos. Em suma, essa medida não apenas visa reduzir custos operacionais, mas também melhorar a eficiência geral da empresa.
A redução bilionária de estoques é um dos pilares centrais do novo plano da Via. A empresa pretende liberar até R$ 1 bilhão em estoques ao longo deste ano, concentrando-se nos produtos de menor rentabilidade.
A estratégia é movê-los para o marketplace da Via, onde podem encontrar novos públicos e oportunidades de vendas. Certamente, isso permitirá que as lojas físicas se concentrem em produtos mais lucrativos, otimizando a alocação de recursos e melhorando a saúde financeira da empresa.
Uma das mudanças mais notáveis na nova estratégia da Via é a forma como a empresa pretende financiar o crediário, uma opção de pagamento oferecida aos clientes. Atualmente, cerca de 50% da exposição de crédito da empresa está relacionada aos crediários.
No entanto, a Via está estruturando uma abordagem inovadora ao introduzir a carteira de crediário no mercado de capitais por intermédio de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC). Desse modo, isso não apenas libera capital para outras finalidades, mas também diversifica as fontes de financiamento da empresa.
A reestruturação da estratégia da Via ocorre em meio a desafios financeiros recentes. No segundo trimestre deste ano, a empresa relatou um prejuízo de R$ 492 milhões, uma mudança drástica em relação ao lucro contábil de R$ 6 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
No entanto, a Via está confiante de que suas novas estratégias trarão resultados positivos. O plano tem o potencial de gerar R$ 1 bilhão em lucro líquido até 2025, embora detalhes específicos do cronograma não tenham sido divulgados.
Certamente, a redução de até 100 lojas, a otimização dos estoques e a mudança na forma de financiar o crediário são passos importantes para consolidar uma posição mais sólida no mercado.
Enquanto a empresa enfrenta desafios financeiros temporários, a nova gestão está confiante de que suas mudanças estratégicas irão pavimentar o caminho para um futuro mais lucrativo. A indústria varejista está em constante evolução, e a Via demonstra estar pronta para se adaptar e prosperar em um ambiente competitivo em constante mudança.