A situação econômica do país vem sendo um dos principais caminhos do presidente Jair Bolsonaro na sua busca pela reeleição. Assim, com o apoio do Centrão, Bolsonaro vem elaborando um conjunto de alterações econômicas. Desse modo, o presidente pretende evitar que sua popularidade diminua.
Contudo, segundo especialistas ouvidos pelo jornal Estadão, a grande dúvida é saber se o atual presidente e seus aliados do Centrão irão conseguir recuperar a economia a tempo. Isto é, de forma a causar efeitos econômicos positivos antes das eleições do próximo ano.
Portanto, o governo federal idealizou o chamado “pacote de bondades”.
Neste pacote estão presentes:
Assim, todos estes pontos serão combinados com um orçamento inflado de emendas parlamentares para seus aliados, além do aumento no fundo eleitoral, folga no teto de gastos e leilões e outras concessões já programadas.
No entanto, de acordo com especialistas do setor, apenas a melhora do cenário econômico, não possui força suficiente para reverter a perda de popularidade do governo atual. Ademais, estes também indicam que nem a reforma do Programa Bolsa Família pode favorecer tanto Bolsonaro.
Nesse sentido, se existem pontos que podem parar a perda de popularidade do presidente, também existem outros problemas que também podem faze-la disparar. Um deles, por exemplo, é o racionamento de energia em 2022, aumento da inflação e o alto índice de desemprego.
Portanto, já se antecipando a isto, o ministro Paulo Guedes, já vem tentado implementar um novo programa de emprego que se baseia no Sistema S.
Um dos itens do “pacote de bondades” que mais se fala ultimamente é o novo Bolsa Família. Nesse sentido, o governo federal vem trabalhando para renovar o benefício. Assim, o objetivo é aumentar o valor das parcelas, além de chegar a mais participantes. Portanto, de 14 milhões de famílias que são atendidas, atualmente, pretende-se abarcar cerca de 20 milhões.
Dessa forma, o presidente, inclusive, já vem especulando possíveis valores para a nova quantia, contudo, sem qualquer confirmação. Ademais, também é possível que ocorra a mudança de nome.
Indo adiante, a prorrogação do Auxílio Emergencial de 2021 também serviu para tentar melhorar sua imagem diante da população brasileira. A decisão de realizar uma extensão mais rápida foi para evitar o que aconteceu entre janeiro e março deste ano. Isto é, quando o governo federal não concedeu qualquer benefício e isto influenciou na opinião popular.
Desse modo, a prorrogação será de mais três parcelas, totalizando sete rodadas de valores entre R$ 150 e R$ 375, a depender da composição familiar.
Além disso, outro item do pacote se refere a um projeto que Jair Bolsonaro promete desde as campanhas presidenciais de 2018. Trata-se, portanto, da mudança de valor da isenção do imposto de renda. Isto significa, então, que, para não precisar pagar imposto de renda, os contribuintes poderão ter uma remuneração maior do que o limite atual.
Nesse sentido, a projeção é de que o valor de R$ 1.903,98 passe para R$ 2.400 , de forma que os trabalhadores que recebam essa renda não precisem contribuir com o IR.
Desse modo, para que o governo federal consiga arcar com a despesa irá taxar a distribuição de lucros e dividendos em 20% de Imposto de Renda. Além disso, em contrapartida reduzirá o IR de empresas.
Reajuste salarial de servidores públicos
Em seguida, muitos servidores públicos vêm tecendo críticas ao governo atual. Isso se dá em razão de algumas medidas que retiram recursos da área ou, ainda, a possibilidade de privatização de certos estabelecimentos. Em conjunto, muitas categorias de servidores públicos seguem sem um reajuste salarial nos últimos dois anos.
Portanto, a maneira de retomar essa parcela da população, de acordo com o atual governo, será promover tal reajuste.
Por fim, ainda, em uma medida mais de política pública que de programa assistencial, o governo federal busca evitar o risco de racionamento. Isto se dá pela recente crise hídrica no país. Assim, o presidente já solicitou ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que tome as atitudes necessárias a fim de evitá-lo.
“Fome virou assunto no Brasil, o segundo maior exportador de comida, capaz de abastecer toda a sua população, alimentar centenas de milhões em todo o mundo e ainda armazenar muita sobra. A pobreza nunca foi extinta, mas a desnutrição como problema econômico parecia convertida, de forma definitiva, em passado histórico. Mas a fome voltou, e até poderia constar da pauta do governo central, se os arranjos políticos do presidente Jair Bolsonaro deixassem algum espaço”, é o que relata o editorial do último domingo, dia 1º de agosto, do jornal O Estadão.
De acordo com o veículo de imprensa, o custo da alimentação subiu 0,59% durante o mês de julho, 3,23% no ano e 10,81% nos últimos 12 meses.
“Não houve crescimento salarial desde o ano passado, mas nem isso faz muita diferença para os quase 15 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados e cerca de 34 milhões de informais. Dinheiro curto seria problema sério mesmo com preços estáveis, mas no Brasil o pesadelo se completa com inflação acelerada e uma pandemia ainda muito perigosa”, foi o que demonstrou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP – M), da Fundação Getúlio Vargas.
Com os níveis de desemprego cada vez mais altos no país, muitas famílias brasileiras só têm conseguido o que comer devido a campanhas de solidariedade. Assim, estima-se que quase um quarto da população (23,5%) enfrentou algum período de insegurança alimentar entre 2018 e 2020.
Durante o ano de 2021, espera-se que este número tenha aumentado ainda mais. Isto se dá em razão da suspensão do Auxílio Emergencial entre janeiro e março, o aumento da inflação e a redução de postos de emprego.