Direitos do Trabalhador

Bolsonaro pretende esvaziar papel das Prefeituras no Bolsa Família

Ideia do Presidente é diminuir o papel dos estados e municípios no processo de recebimento do Bolsa Família pelos humildes

O Presidente Jair Bolsonaro está neste momento tentando conseguir uma maneira de centralizar o Bolsa Família no Governo Federal. De acordo com informações de bastidores, o Palácio do Planalto quer diminuir o papel das Prefeituras e dos Governos dos estados nestes pagamentos.

De acordo com as informações do Ministério da Cidadania, que reponde pelo programa, hoje as Prefeituras possuem um poder forte neste pagamento. Hoje, para fazer a inscrição no Cadúnico, por exemplo, o cidadão precisa entrar em contato com o Governo municipal da sua cidade.

O Presidente disse que vai criar uma espécie de aplicativo do Governo Federal. Nesse aplicativo, as pessoas poderiam se inscrever neste Cadúnico e se tornarem elegíveis para o programa. Assim, esses beneficiários não teriam que passar pelas Prefeituras.

Essa é uma informação de bastidor, mas o próprio Presidente revelou que pensa desta forma em uma entrevista. “Brevemente a inclusão no Bolsa Família não será mais procurando Prefeituras pelo Brasil, será feito através de um aplicativo. Vamos libertar as pessoas mais humildes do jugo de quem quer que seja”, disse Bolsonaro.

De acordo com especialistas, ao fazer isso, o Presidente tenta puxar a popularidade do programa apenas para si. Pesquisas mostram que no ano passado, Bolsonaro cresceu em aprovação popular justamente no momento em que ele pagou as parcelas do Auxílio Emergencial. Por isso, ele quer investir pesado nestes projetos.

Bolsonaro

No entanto, nem sempre foi assim. Quando era Deputado Federal, Bolsonaro costumava criticar duramente esses mesmos programas sociais. Inclusive o Bolsa Família. Entre outras coisas, ele dizia que esse era um projeto que acabaria levando o Brasil para uma espécie de “ditadura do proletariado”.

“Devemos discutir aqui a questão do Bolsa Família. Devemos colocar um fim, uma transição para o Bolsa Família, porque, cada vez mais, pobres coitados, ignorantes, ao receberem Bolsa Família, tornam-se eleitores de cabresto do PT”, disse ele durante uma entrevista de 2011.

Não se sabe ao certo o que fez o Presidente mudar de opinião, mas acredita-se que a grande questão aqui seja mesmo a popularidade. Isso porque pesquisas mostram que ele estaria atrás do ex-Presidente Lula nas intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022.

Bolsa Família

O fato mesmo é que o futuro do Bolsa Família é incerto. Neste momento, o Ministério da Cidadania está preparando um novo projeto. A ideia é que o novo programa fique pronto em agosto. Seria portanto logo depois do fim dos pagamentos do Auxílio Emergencial.

Esse novo programa passaria a atender mais gente. Além disso, ele teria um aumento nos valores dos pagamentos. Hoje, a média desses repasses é de R$ 190. Com o novo programa, isso passaria a ser de R$ 250. No entanto, como dito, nada disso é oficial ainda.

De real mesmo só o Auxílio Emergencial. O Governo está pagando neste momento as parcelas do segundo ciclo. Dessa forma, dá para dizer que faltam mais duas. No entanto, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que isso pode mudar. O Governo pode portanto aumentar a quantidade de meses do programa.