O Presidente Jair Bolsonaro voltou a causar polêmica por causa de uma declaração sobre o Bolsa Família. Nesta quarta-feira (27), enquanto participava de uma entrevista, ele disse que os usuários do programa em questão “não sabem fazer quase nada” e culpou o ex-ministro da educação Fernando Haddad (PT) por isso.
“Não tem como tirar o Bolsa Família do pessoal, como alguns querem. São 17 milhões que não têm como ir mais para o mercado de trabalho. Com todo respeito, não sabem fazer quase nada. O que a juventude aprendeu com 14 anos do PT, tendo o ministro (Fernando) Haddad lá na Educação?”, questionou Bolsonaro.
O número de indivíduos que estão precisando de auxílios neste momento, no entanto, é bem maior. E isso quem está dizendo é o próprio Ministério da Cidadania. De acordo com a pasta, hoje, o Governo Federal atende cerca de 40 milhões de pessoas. Isso quando se soma os números do atual Bolsa Família com os do Auxílio Emergencial.
Na mesma entrevista em que deu para a emissora RedeTV, Bolsonaro também disse que a culpa da inflação não era sua, mas sim do isolamento social. A grande maioria dos economistas, no entanto, discorda dessa avaliação. De qualquer forma, o Presidente acredita que ele esteja correto.
Sobre o preço da gasolina, Bolsonaro disse que a culpa é do PT. “Se nós tivéssemos… se ele (Lula) tivesse feito uma das 3 refinarias, 2 no Nordeste e 1 no Sudeste, estaríamos safos, uma só das 3. O preço do combustível também ia impactar”, disse o Presidente na entrevista para a RedeTV
O novo Bolsa Família, que vai ser chamado de Auxílio Brasil, vai ter um pé forte na meritocracia. Isso é algo que o próprio Governo Federal vem confirmando desde o início da criação do projeto em questão.
Isso significa dizer, portanto, que eles irão partir da ideia de que as pessoas hoje seguem no Bolsa Família porque não se sentem convidadas a saírem dele. Um dos pontos do projeto, por exemplo, prevê um pagamento e bônus para quem conseguir um emprego com carteira assinada.
Pesquisas, no entanto, revelam que apenas 3% do público que recebeu a primeira parcela do Bolsa Família seguem no programa. Todo o restante acabou saindo principalmente porque conseguiu se emancipar.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, o atual modelo do Bolsa Família faz pagamentos para cerca de 14,4 milhões de brasileiros. São pessoas que estão em situação de vulnerabilidade e que recebem em média R$ 189 por mês.
De acordo com o Presidente Jair Bolsonaro, o plano agora é começar os pagamentos deste novo programa já a partir do próximo mês de novembro. Os valores irão subir para um patamar mínimo de R$ 400, e o número de usuários vai ser de 17 milhões.
Em entrevista nesta quinta-feira (28), no entanto, o Ministro da Cidadania, João Roma, admitiu que existe a chance de os pagamentos atrasarem. Isso aconteceria apenas em um cenário em que o Congresso Nacional não consiga aprovar a PEC dos Precatórios.