Na última segunda-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve decidir na quarta-feira (13) a respeito do veto do trecho da lei de socorro a estados e municípios que prevê reajuste para servidores públicos. O presidente também disse que deve atender “100%” o ministro Paulo Guedes.
Tais declarações do presidente foram dadas no fim da tarde de ontem (11), ao chegar ao Palácio da Alvorada.
Durante a tarde, o presidente esteve reunido com Paulo Guedes, mas afirmou que uma decisão não foi tomada porque algumas questões precisariam ser adequadas. Como exemplo, Bolsonaro citou o caso dos novos alunos da academia da Polícia Federal, que passaram por todo o processo de ingresso, mas ainda aguardam os recursos para iniciar a cursar.
“Olha o meu caso particular: a Polícia Federal. Está tudo certo, todas as medidas tomadas e 500 novos alunos para começar a cursar a academia. O ministro que nos deixou [Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça] resolveu retardar isso por conta do vírus”, afirmou.
“Não é reajuste. É os caras começar a cursar. Reajuste não está previsto para ninguém”, conclui.
?Novamente, o presidente Bolsonaro defendeu a ausência de reajustes para os servidores públicos. “Agora o servidor público, a grande maioria é consciente e sabe que, se a economia não recuperar, não vai ter dinheiro para pagá-lo. Em vez de ter um contracheque bonito, com números vultosos, bons, e vai no banco e não tem dinheiro. Não adianta isso aí”, disse.
De acordo com presidente, o ajuste na questão dos salários dos servidores é uma das últimas coisas que precisam ser feitas ainda neste ano, em meio à pandemia.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou que vai vetar a parte do texto do projeto que concede ajuda aos estados e abre a possibilidade de aumento salarial para diversas categorias de servidores públicos.
O texto inicial do projeto constava que o Governo iria ajudar financeiramente os estados e municípios tendo como contrapartida, o congelamento salarial de servidores públicos. Na última quarta (06), parlamentares inseriram no texto categorias que poderiam ter o reajuste de salário.
Antes de Bolsonaro se posicionar contra o reajuste salarial dos servidores, o ministério da Economia, Paulo Guedes, já havia dito que iria sugerir o veto ao presidente.
“O que nós decidimos? Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia. E não é de maneira cega, não. É de maneira consciente e com razão. E se ele acha que deve ser vetado, esse dispositivo, assim será feito. Nós devemos salvar a economia, porque economia é vida”, disse Bolsonaro.
Segundo Guedes, o funcionalismo público deve ficar sem aumento salarial até dezembro de 2021. Para ele, a medida vai ajudar o país a atravessar a crise gerada pela pandemia do coronavírus.
“Eu estou sugerindo ao presidente da República que vete, que permita que essa contribuição do funcionalismo público seja dada, para o bem de todos nós”, disse o ministro da Economia.
Segundo o deputado Victor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, Bolsonaro deu aval para incluir no projeto as categorias que poderiam ter aumento salarial. Entre elas, as categorias de policiais e profissionais de saúde.
“Eu, deste plenário, liguei para o presidente da República e me certifiquei de que essa era a melhor solução. E o presidente, 22h de ontem [terça-feira] falou: Victor Hugo, faça dessa maneira e vamos acompanhar para privilegiar esses profissionais que estão efetivamente na ponta da linha. E assim aconteceu”, disse o deputado.
Veja também: