O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quarta-feira (8) de um almoço com empresários em Brasília. Na conversa, ele disse que o Governo Federal estaria confiante em uma redução nos índices de desemprego do país ainda este ano. Nesse sentido, o chefe de estado afirmou que está confiante em uma melhora na situação da economia daqui para frente.
“Na pandemia era para ter 6 milhões de desempregados. Tivemos saldo positivo em 2020. Em 2021, quase 3 milhões de novos empregos. Isso foi feito ouvindo os meus ministros. Evitamos o desemprego. E como está o emprego no momento? Tenho certeza que, mais um mês, chegaremos a um dígito no número de desempregados no Brasil”, disse Bolsonaro.
“Os números bem demonstram o que acontece conosco. Voltamos a ser a décima maior economia do mundo. O PIB está aí. A confiança no Brasil. Nós temos uma excelente política externa, conduzida pelo ministro Carlos França. O mundo todo conversa conosco. O Brasil é um país do presente, não é mais o país do futuro. Só não enxerga quem não quer”, disse ele.
“Os informais foram condenados a morrer de fome dentro de casa, mas eles não iam morrer de fome dentro de casa. Iriam às ruas atrás de comida”, seguiu o presidente se referindo ao processo de criação do Auxílio Emergencial, que atendeu pouco menos de 70 milhões de famílias no início da pandemia no Brasil, ainda no ano de 2020.
Atualmente, dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o desemprego caiu 0,7 ponto percentual no trimestre que terminou em abril. Assim, a taxa se fixou em 10,5%. Trata-se, portanto, do menor nível de desemprego para um trimestre encerrado neste mesmo período desde abril de 2015, quando a taxa registrada foi de 8,1%.
Em síntese, no final do ano passado, o Governo Federal decidiu cancelar os pagamentos do Auxílio Emergencial. Dessa forma, o programa chegou a fazer repasses para pouco mais de 29 milhões de brasileiros em 2021. Por fim, o último repasse foi registrado em outubro.
Na ocasião, membros do Governo Federal enfrentaram pressão para que o programa não chegasse ao fim. Ao mesmo tempo, o então Ministro da Cidadania, João Roma, chegou a reconhecer que milhões de pessoas passariam dificuldades com o fim do benefício.
Na mesma época, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentou que as pessoas que perderam os auxílios poderiam ter mais chances de conseguir empregos. De acordo com ele, o país estava gerando novos postos de trabalho, o que facilitaria a vida dos desempregados.
Dados de uma pesquisa divulgada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan) nesta semana mostram que pouco mais de 33 milhões de brasileiros estão em situação de fome no país. São cidadãos que não conseguem comer regularmente todos os dias por falta de dinheiro.
Dessa forma, o número representa um aumento de quase o dobro de cidadãos nesta situação em comparação com o mesmo período de 2020. O número de pessoas em situação de fome é, neste momento, menor do que a quantidade de cidadãos inscritos no Auxílio Brasil.
Por fim, o Governo Federal tenta equilibrar a equação. Por um lado, o país registra mais empregos, e por outro a fome aumenta. Segundo o Ministério da Cidadania, pouco mais de 18,1 milhões de cidadãos fazem parte da atual versão do Auxílio Brasil.