Economia

Bolsonaro afirma que dívida de R$ 700 bilhões com pandemia impediu correção no IR

O prazo para declaração do Imposto de Renda foi iniciado nesta segunda-feira e segue até fim de abril

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) não fez correções na tabela do Imposto de Renda 2021. A mudança é uma das promessas de campanha do presidente. Nesta semana, ele afirmou que a alteração não foi feita porque os gastos do Brasil com a pandemia do novo coronavírus impediram que a promessa se concretizasse.

“Eu ia mexer na tabela do imposto de renda, mas a pandemia me fez endividar 700 bilhões, e aí tem uns caras que me enchem dizendo que eu não assumi compromisso de campanha. É verdade, mas não esperava gastar 700 bilhões para o vírus”, disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada.

O prazo para declaração do Imposto de Renda foi iniciado nesta segunda-feira. A isenção vale para quem recebe até R$ 1.903,98 a cada mês, ou seja, menos de dois salários mínimos mensais. Se promessa de campanha fosse cumprida e a tabela fosse corrigida pela inflação, a isenção valeria para quem ganha até R$ 4.022,89.

Em 2018, época de campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu a isenção para todos os brasileiros que recebiam até cinco salários mínimos por mês. Já em 2019, a promessa mudou e virou isenção para quem recebe até R$ 3 mil por mês. As faixas salariais de cobrança do Imposto de Renda já estão há seis anos sem reajuste. Por isso, estima-se que cerca de 10,5 milhões de brasileiros estariam isentos atualmente, caso a tabela fosse corrigida.

De acordo com balanço divulgado em janeiro pelo Tesouro Nacional, o governo acumulou dívida de R$ 743,1 bilhões. Em 2019, o déficit foi de R$ 95,1 bilhões. Em 2020, em tempos de pandemia, o governo gastou um total de R$ 520,9 bilhões no combate à covid-19.