O novo Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias tomou posse oficialmente na tarde desta segunda-feira (2). Em seu discurso, o novo chefe da pasta deu mais detalhes sobre o processo de redesenho do programa Bolsa Família e reconheceu que o procedimento não tende a ser fácil.
“Sim, vamos reformular com muito diálogo o Bolsa Família e sei que na situação que se encontra não é uma tarefa simples, mas creio que é no diálogo que vamos encontrar a pactuação e dosagem certa. Sim, vamos fazer a atualização do cadastro único e nada de pente-fino”, disse o Ministro.
Dias fez piada com a ideia de reanálise do programa social. “Sou da geração do tempo do piolho. Pente fino era para tirar piolho do cabelo. Imagine o Ibaneis (governador do Distrito Federal), que está mais careca”, disse o Ministro. A tendência natural é que a reanálise dos perfis do Bolsa Família seja iniciada já a partir deste mês de janeiro.
Ainda durante o seu discurso de posse, Dias agradeceu aos profissionais brasileiros que atuam na área de Desenvolvimento Social. Ele frisou que o redesenho do Bolsa Família vai precisar contar com o apoio dos assistentes sociais de todo o país para que o governo realize uma espécie de busca ativa.
“Neste mandato, a nossa missão é tirar o Brasil do Mapa da Fome pela segunda vez sob o comando do presidente Lula, este que é um dos maiores líderes desta causa no planeta. A reconstrução do Brasil passa também pela reconstrução de toda uma rede de assistência social”, disse ele.
Na sua posse, Dias repetiu algumas frases que ganharam fama na boca do presidente Lula. Ele disse, por exemplo, que será necessário colocar o pobre no orçamento para que o país volte a sair do Mapa da Fome.
“Colocar o povo no orçamento e de forma prioritária colocar os pobres no orçamento. Não deixar ninguém para trás, dar a mão a quem precisa e ninguém largar a mão de ninguém. Sei que essas duas frases foram muito repetidas durante a campanha, mas é um compromisso.”
No final do ano passado, o governo Lula conseguiu aprovar a chamada PEC da Transição. Entre outros pontos, este documento liberou R$ 145 bilhões dentro do teto de gastos públicos para uso em programas sociais, como é o caso do Bolsa Família.
Informações de bastidores colhidas pelo portal UOl revelaram que o adicional de R$ 150 por filhos menores de seis anos de idade, não deve mais ser pago neste mês de janeiro. Segundo as apurações, a avaliação interna do governo é de que este saldo atrasará em, no mínimo, 60 dias.
Antes de liberar o adicional, o Ministério da Cidadania quer investir neste pente-fino para entender quem, na visão deles, seguirá recebendo o benefício e quem deverá ficar de fora do programa social.
Além disso, antes da liberação do adicional de R$ 150, o novo governo vai precisar editar uma nova Medida Provisória (MP) para garantir estes pagamentos.