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BC reduz juros pela 4ª vez seguida; Veja como isso afeta os brasileiros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu pela quarta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia brasileira. Nesta quarta-feira (13), o comitê anunciou uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, que passou de 12,25% para 11,75% ao ano.

Esse é o menor patamar desde o início de março de 2022, quando a Selic estava em 10,75%, ou seja, em quase dois anos. Aliás, a decisão veio em linha com as estimativas do mercado, que esperava por uma redução de meio ponto percentual.

Em resumo, a decisão foi unânime, com todos os diretores do Copom votando a favor da redução de 0,50 ponto percentual. Assim, repetiu o que aconteceu nas duas reuniões anteriores, quando todos votaram a favor da redução dos juros.

Estas decisões foram completamente diferentes do observado na reunião do Copom em agosto. À época, quatro diretores votaram a favor de uma redução de 0,25 p.p., enquanto outros quatro se mostraram favoráveis a um corte de 0,50 p.p.

Nesse caso, coube ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, dar o voto de desempate e decidir o tamanho do corte. Para surpresa do mercado, Campos Neto escolheu a redução de meio ponto percentual, acima do consenso dos analistas, de queda de 0,25 p.p. dos juros.

Taxa de juros no Brasil cai para menor nível desde março de 2022. Imagem: Agência Brasil.

Entenda a composição do Copom e a função da Selic

O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores do BC. A saber, o comitê se reúne a cada 45 dias para definir os novos rumos da política monetária do Brasil, que afeta todo o país, bem como a população.

Por sua vez, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.

Como a inflação perdeu força em 2022, o Copom decidiu interromper a sequência de altas realizada entre 2021 e 2022. Nesse período, o comitê elevou 12 vezes consecutivas a taxa de juros no Brasil. Em seguida, manteve a taxa Selic estável por quase um ano, até agosto deste ano, quando promoveu o primeiro corte da taxa Selic em três anos.

Como a redução dos juros impacta a população?

A variação da taxa de juros impacta diretamente a população brasileira. Contudo, nem todos conseguem entender, na prática, o que significa essa redução de 0,50 ponto percentual dos juros.

Para entender, veja abaixo alguns exemplos de compras realizadas pelas famílias do país.

  • Compra de produtos: com a nova taxa Selic, uma pessoa que comprar uma geladeira de R$ 1.500 e dividir o valor em 12 prestações terá uma redução de R$ 4,63 no valor final do eletrodoméstico;
  • Cheque especial: um cliente que entrar no cheque especial em R$ 1.000 por 20 dias vai pagar R$ 0,27 a menos na operação;
  • Rotativo do cartão de crédito: uma pessoa que utilizar R$ 3.000 do rotativo do cartão de crédito por 30 dias irá pagar R$ 1,20 a menos;
  • Empréstimo pessoal: alguém que contratar um empréstimo pessoal de R$ 5.000 por 12 meses vai ter uma redução de R$ 14,81 ao final do pagamento do crédito;
  • Financiamento de automóvel: uma pessoa que financiar um automóvel de R$ 40 mil por 60 meses vai pagar R$ 11,31 a menos por parcela com a nova taxa Selic. No final do pagamento de todas as parcelas, o consumidor pagará R$ 670,28 a menos.

Juros também afetam caderneta de poupança

A Anefac também revelou dados sobre o impacto que a nova taxa Selic de 11,75% ao ano vai exercer na caderneta de poupança. Em primeiro lugar, vale ressaltar que, quanto mais altos os juros estiverem, mais vantajosa fica a renda fixa no Brasil, e a poupança faz parte desse grupo de ativos.

Com a redução da taxa Selic, a caderneta passa a ter um rendimento mais fraco. Em suma, a poupança só vai render mais que os fundos de investimento se houver a combinação de dois fatores: prazo curto da aplicação e elevada taxa de administração cobrada pelos fundos.

Veja quando a poupança rende mais que os fundos de investimentos:

  • Aplicação de até dois anos em relação a fundos com taxa de 3% ao ano;
  • Aplicação de seis meses em relação a fundos com taxa de 2,5% ao ano

A Anefac informou que a poupança terá o mesmo rendimento dos fundos quando o dinheiro ficar aplicado entre seis meses e um ano e a taxa de administração for de 2,5% ao ano. Aliás, a entidade ressaltou que, mesmo com a isenção de tributos, o rendimento da poupança é baixo e não se mostra vantajoso para a população, no geral.