O termo “bandeirantes” é utilizado em referência àqueles que, entre os séculos XVI e XVIII, exploraram as regiões do Brasil que até então não eram conhecidas.
Questões sobre os bandeirantes e as bandeiras são muito recorrentes dentro dos vestibulares e da prova do ENEM. Assim, para que você se prepare de forma adequada, vamos descobrir como o tema pode ser abordado por uma pergunta de uma prova de segunda fase do vestibular da UFPR.
(UFPR – 2019) Leia o excerto abaixo, retirado de artigo sobre a construção da mitologia referente à figura e à atuação dos bandeirantes no Brasil: Delineou-se com toda a clareza […] uma preocupação ao mesmo tempo historiográfica e ideológica, presente principalmente na obra de historiadores paulistas da primeira metade do século XX, em estudar a formação da população paulista a partir da biografia de seus antepassados ilustres, encarnados na figura do bandeirante.
(SOUZA, Ricardo Luiz de. A mitologia bandeirante: construção e sentidos. História Social, Campinas, SP, n. 13, 2007, p. 161.)
A partir dos conhecimentos sobre o período colonial da América Portuguesa (séculos XVI a XIX) e sobre o período referido no excerto (a primeira metade do século XX no Brasil):
A) Cite 2 principais atividades das bandeiras no período colonial da América Portuguesa.
B) Defina duas características do mito do bandeirante construído entre o final do século XIX e primeira metade do século XX por grupos paulistas e explique duas razões que levaram a essa construção. Em seguida, aponte uma crítica feita a essa mitologia.
A questão da UFPR aborda dois pontos extremamente importantes sobre os bandeirantes: as atividades exercidas por esses e o “mito do bandeirante”, criado durante o Brasil República.
Confira possíveis respostas para os itens A e B:
A) Durante o período colonial, os bandeirantes exerceram diversas atividades econômicas, como a caça ao ouro e o sertanismo de contrato. (Observação: como o enunciado utiliza o verbo “cite”, não precisamos explicar as duas atividades, mas apenas mencioná-las.)
B) A partir da segunda metade do século XIX, a região de São Paulo passou por um processo de modernização econômica ligada ao café e a indústria. Dessa maneira, a elite paulista iniciou um processo de construção de uma imagem idealizada dos bandeirantes, que incluía a caracterização dos mesmos como heróis, europeus, bem vestidos. O “mito do bandeirante” não correspondia à verdadeira realidade dessas figuras, uma vez que eles utilizavam violência em suas ações, normalmente não eram europeus e não se vestiam com roupas refinadas.