Direitos do Trabalhador

Bancos poderão ter horário especial em dias de Copa do Mundo Feminina

Dentro de mais alguns dias, a Seleção Brasileira Feminina de Futebol entrará em campo pela primeira vez nesta Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia. Quando as jogadoras colocarem os pés no gramado, milhões de brasileiros estarão assistindo a partida, incluindo trabalhadores formais que serão liberados para acompanhar o jogo.

Nesta terça-feira (18), a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) anunciou que está iniciando conversas com representantes das instituições financeiras. O objetivo da negociação é liberar os funcionários que atuam nestes bancos para que eles possam acompanhar as partidas do Brasil na Copa do Mundo.

Caso a ideia avance e o horário especial seja aceito pelas instituições, esta seria a primeira vez na história que uma Copa do Mundo Feminina ocasionaria mudanças nos horários de atendimentos de bancos no Brasil. Normalmente, estes tipos de expediente são usados apenas no decorrer da edição masculina do Mundial.

Empresas

Nesta terça-feira (18), o Ministério da Gestão publicou uma portaria definindo ponto facultativo nos dias dos jogos do Brasil. De acordo com a Ministra que comanda a pasta, Esther Dweck, a medida é válida apenas para os servidores públicos. A ideia é que o cidadão que deseja assistir o jogo seja liberado e tenha que voltar ao trabalho apenas duas horas depois do apito final.

“A pedido da ministra Ana Moser (esportes), e por ordem do presidente Lula, vou assinar portaria alterando horário de expediente de servidores nos dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo de Futebol Feminino. Quem optar por ver os jogos, poderá chegar duas horas após o apito final”, disse a Ministra.

“A alteração de horário é opcional dos servidores e as horas têm de ser repostas. É a mesma medida administrativa realizada nos dias de jogos da seleção masculina de futebol na Copa, o que garante equidade de tratamento do esporte feminino”, completou ela.

E as empresas privadas

Como dito, a medida do Governo Federal deve afetar apenas os servidores públicos. Contudo, algumas empresas de caráter privado também já estão anunciando mudanças de horários para que os seus funcionários possam acompanhar as partidas da Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina. Veja abaixo alguns casos:

  • Grupo Boticário

O Grupo Boticário, por exemplo, anunciou que vai adotar um sistema diferenciado durante a Copa. Os funcionários que atuam no programa presencial poderão contar com uma estrutura montada na empresa para acompanhar as partidas do Brasil. Quem trabalha em esquema híbrido ou remoto poderá ir ao trabalho apenas uma hora depois do fim do jogo.

“Se desejamos uma sociedade realmente equânime em gênero, raça e outras dimensões de diversidade, precisamos investir em uma caminhada que tenha consistência”, disse em nota Fabiana de Freitas, vice-presidente de jurídico da empresa.

Brasil estreia contra o Panamá, na próxima segunda, 24. Imagem: Thaís Magalhães/ CBF
  • Farmácias Pague Menos

A Rede de farmácias Pague Menos anunciou que todos os seus funcionários da área administrativa poderão ir ao trabalho a partir das 13h em dias dos jogos do Brasil na Copa. Já para aqueles que trabalham nas lojas e nos centros de distribuição haverá uma estrutura para que eles acompanhem as partidas.

  • Grupo CCR

O grupo CCR, que administra estradas, metrôs e vários aeroportos pelo Brasil, anunciou que os seus funcionários serão liberados uma hora antes das partidas do Brasil e poderão voltar uma hora depois. Este tipo de liberação será válida tanto para os que trabalham de maneira presencial, como também os que estão em home office.

“É a primeira vez que decidimos colocar em ação este tipo de iniciativa durante a Copa do Mundo feminina de futebol. Ela integra uma série de ações que foram reforçadas, desde 2020, com a criação da Área de Diversidade e do Comitê de Diversidade”, diz Patrícia Anacleto, gerente da área de Gente.