Localizada nas principais ruas comerciais do Brasil, a Americanas é a maior varejista online do Brasil, possuindo grande relevância no cenário nacional. No entanto, desde o mês passado, um escândalo contábil multibilionário tomou conta dos mercados, culminando no início do processo de recuperação da empresa do setor de varejo.
Grande parte do caso permanece incerto, apesar da indignação dos investigadores, dos investidores, reguladores, acionistas e credores, agora tentando entender o que aconteceu e como exatamente a empresa relatou “inconsistências” contábeis de mais de R$ 43 bilhões.
Entre os credores encontram-se o Inter Marketplace, do Banco Inter e Méliuz que cobram pelo pagamento desses empréstimos, incluindo o pagamento de juros. Contudo, ambas as empresas garantem que pagarão os cashbacks que ficaram pendentes para os usuários.
Após a maior fraude da história do mercado de capitais brasileiro, Méliuz e Inter Marketplace deixaram de oferecer cashbacks em compras. Vale lembrar que, a Méliuz, contava com o pagamento de R$ 6,5 milhões da Americanas, enquanto o Inter Marketplace detinha valores ainda maiores, totalizando cerca de R$ 7,6 milhões.
Além disso, outras empresas possuem pagamentos a receber da Americanas, como a Mosaico, detentora do Zoom e do Buscapé. Assim como a Esfera e a Livelo, que atuam no mercado de pontos, mas também possuem valores a receber da varejista.
Com isso, muitos consumidores realizaram compras no Méliuz e Inter Marketplace, antes do escândalo, ficaram temerosos quanto aos valores que tinham a receber. Apesar disso, ambas as empresas afirmaram o compromisso de realizar os pagamentos referentes a compras no grupo Americanas, que também inclui Submarino e Shoptime.
Se posicionando sobre o assunto, o Méliuz divulgou a seguinte nota: “Aqui no Méliuz, a experiência do usuário é a nossa prioridade e faz parte da nossa cultura buscar garantir sempre o ganha-ganha-ganha. Entendemos que, ao utilizar nossos serviços, os usuários depositam sua confiança em nosso trabalho e, como sempre foi feito, vamos atuar de acordo com o compromisso firmado para atender às expectativas dos nossos clientes.”
Além disso, a assessoria de imprensa do Banco Inter também confirmou que todos os cashbacks serão pagos aos consumidores.
As “irregularidades” contábeis são resultados de operações conjuntas entre varejistas brasileiros. Bancos como o BTG ou o Bradesco pagam à vista os fornecedores da Americanas, tornando-se a empresa responsável pelo pagamento desses empréstimos, incluindo o pagamento de juros.
No entanto, essas transações de juros foram efetivamente mascaradas pela empresa, que não as classificou como obrigações financeiras. Acredita-se que essa prática, resultou em lucros reportados mais altos, enganando por anos analistas e acionistas.
Como resultado, a Americanas, apoiada pelo trio bilionário que fundou a empresa de investimentos 3G Capital, entrou em recuperação judicial após divulgar “inconsistências” bilionárias em sua contabilidade.
No entanto, apesar do ocorrido, as 3.500 lojas Americanas ainda estão abertas, mas as perspectivas da empresa parecem cada vez mais sombrias. Poucos analistas estão otimistas que a empresa será capaz de se reestruturar adequadamente, com muitos acreditando que a Americanas terá dificuldades para levantar capital após o escândalo.