O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse em uma recente entrevista que o sistema financeiro nacional, em seu processo de modernização, estará pronto para a Inteligência Artificial em até dois anos. A princípio, a nova tecnologia deverá ser incorporada em seus sistemas, processos e operações.
Todavia, Roberto Campos Neto afirma que o Banco Central atualmente está desenvolvendo um programa completo de inovação. Seu objetivo principal, seria o de democratizar o sistema de intermediação financeira no país. Haveria, neste caso, uma maior competição, e a inclusão de um número maior de pessoas no sistema.
Analogamente, o presidente do Banco Central diz que seu programa tecnológico, que inclui a utilização da Inteligência Artificial, seus sistemas e ferramentas, divide-se em três blocos. O primeiro é um caminho comum onde as pessoas terão acesso a uma nova plataforma tecnológica de intermediação financeira no país.
Desse modo, o segundo bloco tem como meta, aumentar a competição. Segundo Roberto Campos Neto, o primeiro é o PIX e o segundo é o Open Finance, um sistema totalmente aberto de dados e informações. Para o presidente do Banco Central, o Open Finance é mais abrangente na comparação com outros sistemas.
Para Roberto Campos Neto, o sistema de Open Finance no país é mais inovador do que open banking apresentados em outras regiões do mundo. Seu design foi desenvolvido em inúmeras fases, sendo possível acompanhar sua criação, abrindo, dessa maneira, a possibilidade de se incorporar diversos outros produtos.
O presidente do Banco Central ressaltou que atualmente o Open Finance possui cerca de 45 bilhões de acessos. No país, neste momento, é possível obter as informações de um determinado banco, e importá-lo para uma ou mais instituições financeiras. É um processo trabalhoso, e que os dados devem ser homogêneos.
Em síntese, segundo Roberto Campos Neto, o Banco Central está trabalhando em uma fusão do PIX com o Open Finance. Para o desenvolvimento da nova tecnologia, devem ser incluídos no sistema outros produtos, tornando-o um pouco mais competitivo. Para ele, há uma maior portabilidade e comparabilidade em tempo real.
Um outro bloco que merece destaque é a internacionalização da moeda. Neste sentido, de acordo com Roberto Campos Neto, será necessário uma maior modernização do sistema efetivo, um terceiro bloco de ação. Ele falou sobre as alterações nas leis e regulamentações necessárias para o devido processo.
Por essas e outras razões o presidente do Banco Central disse que as atividades financeiras internacionais acabaram tendo um custo menor. Ele afirmou que no desenvolvimento dos blocos, se questionou sobre o funcionamento de todo o sistema, que acabou se tornando mais digital, precisando avançar mais um passo.
Dessa maneira, o próximo passo dado pelo Banco Central, seria o de desenvolver uma tokenização, através da criação de uma moeda digital, o Drex. Ele diz que não se trata de um depósito em token. Caso fosse, as instituições financeiras acabariam por congelar todos os depósitos. Ele afirma que essa é a fase atual de testes.
Para o presidente do Banco Central, há um interesse em conectar todos os quatro blocos, Pix, Open Finance, internacionalização da moeda e o Drex. Ele questionou sobre a necessidade da moeda digital dizendo ser apenas uma questão relativa aos pagamentos, mas para ele, seria uma nova dimensão de intermediação financeira.
Roberto Campos Neto também falou sobre a inovação de contratos e registros, que neste momento estão muito caros. Através do Blockchain e do Drex, estes serviços terão seus preços reduzidos, e poderá haver um maior controle sobre seus ativos. “Assim que tivermos os quatro blocos juntos, acho que o próximo estágio será como reagregar tudo”.
O presidente do Banco Central diz que será preciso de um ano e meio a dois anos para a implementação de todo o processo. Ele espera, dessa forma, fazer a vida das pessoas melhor. Roberto Campos Neto diz que, “Acreditamos que empresas começarão a disputar o canal da integração, então deverão existir aplicativos para integrar todas as contas”.
Em conclusão, ele espera que em um futuro próximo, seja possível juntar toda a movimentação financeira em um agregador, onde se poderá coletar dados e utilizá-los efetivamente. Com a integração de todos os quatro blocos, a Inteligência Artificial irá entrar em cena, para auxiliar o cidadão brasileiro em todo o processo.