Nesta quarta-feira (1º), o Banco Central (BC) deverá reduzir pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira. A expectativa entre os analistas é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC corte em 0,50 ponto percentual (p.p.) a taxa de juros.
O encontro do Copom teve início da véspera (31) e, tradicionalmente, dura dois dias. No início da noite de hoje (1º), o comitê deverá informar os novos rumos da política monetária do país, revelando a decisão sobre a taxa de juros.
Caso a previsão de corte de 0,50 p.p. se confirme, a Selic passará de 12,75% para 12,25% ao ano. Essa será a terceira redução de meio ponto percentual nos últimos meses, já que o Copom promoveu cortes dessa magnitude nas duas últimas reuniões, em agosto e setembro. A propósito, essa redução é a principal aposta entre os economistas dos bancos.
O principal objetivo do Copom ao reajustar a Selic é impactar a inflação no país. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Como consequência, desaquece a economia do país, limitando o avanço da chamada “inflação por demanda”.
Quando a Selic sobe, encarece o crédito, reduzindo a busca das pessoas por empréstimos. Dessa forma, o consumo tende a diminuir, uma vez que a população passa a ter menos dinheiro em mãos.
Como a demanda diminui, os preços começam a cair, desacelerando a inflação, mas isso só acontece com o tempo. Inclusive, o BC elevou 12 vezes consecutivas a taxa de juros no Brasil entre 2021 e 2022, fazendo a taxa Selic atingir o maior patamar desde 2016. Esse foi o maior ciclo de alta de juros da história do país.
O Copom sempre toma muito cuidado para definir a taxa de juros no Brasil, pois essa decisão não provoca impactos imediatos na economia brasileira. Na verdade, a taxa Selic pode durar de seis a 18 meses para impactar a economia, afetando a inflação no país.
Portanto, o comitê leva em consideração a meta da inflação no Brasil em 2024, bem como os primeiros meses de 2025. Em síntese, uma inflação controlada traz diversos benefícios para a economia brasileira, como:
Nos últimos meses, a inflação perdeu bastante força no país. Inclusive, os analistas estão bem mais otimistas, reduzindo cada vez mais as estimativas para a taxa inflacionária em 2023. Por isso que a expectativa é que o Copom reduza a taxa de juros nesta semana.
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Diante desse dado, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país.
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação, mas essa taxa pode variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Isso quer dizer que a inflação terá sido cumprida se ela variar entre 1,75% e 4,75% em 2023, mesmo que não alcance a meta central de 3,25%. Segundo os dados mais recentes, os analistas do mercado financeiro acreditam que o Brasil terá uma inflação de 4,65% em 2023.
Caso isso se confirme, o país conseguirá cumprir a meta da inflação pela primeira vez em três anos. A propósito, o país estourou a meta da inflação em 2021 e 2022, principalmente por causa dos gastos feitos pelo governo federal para combater os impactos da pandemia da covid-19.
Já para 2024, a meta definida pelo CMN ficou em 3%, e será considerada formalmente cumprida se variar entre 1,5% e 4,5%. Como a taxa inflacionária vem desacelerando com a atual taxa de juros no Brasil, a expectativa é que o Copom mantenha a redução de meio ponto percentual até dezembro.
Por fim, os analistas do mercado financeiro acreditam que os juros irão encerrar 2024 a 9,25% ao ano. A taxa é bastante elevada e mostra que o Copom não manterá as reduções de meio ponto percentual em todas as suas reuniões no ano que vem.