Conforme relatório do Banco Central do Brasil, estima?se redução no déficit em transações correntes em 2022 na comparação com esse ano, principalmente pelo maior saldo comercial.
Sendo assim, o resultado mais positivo na exportação reflete, em especial, o aumento do valor exportado de produtos básicos, que deve seguir a alta esperada para a produção doméstica desses produtos.
O Relatório de Inflação do BC informa que a projeção considera que os preços internacionais das principais commodities exportadas pelo país continuarão em patamar elevado, à exceção do minério de ferro, em linha com o sinalizado pelos preços futuros na data de corte deste Relatório.
Assim sendo, o recuo nas importações está diretamente relacionado à expectativa de que, diferentemente de 2021, não haja valores expressivos de operações fictas no âmbito do Repetro em 2022.
Desconsideradas essas operações fictas, as importações aumentariam entre 2021 e 2022, com aumento no volume importado em linha com o crescimento da atividade doméstica.
De acordo com as projeções informadas no documento, na conta de serviços, o déficit deve refletir a retirada gradual das restrições às viagens internacionais, com impacto nas contas de viagens e transporte de passageiros – que ainda devem apresentar, na média do ano, patamar inferior ao pré?pandemia.
Projeta-se, de acordo com o relatório, na conta de renda primária, resultado semelhante ao de 2021, com despesas com juros ligeiramente maiores, resultado do aumento do custo de financiamento e condições financeiras mais restritivas no Brasil e nos principais países desenvolvidos.
Por outro lado, nos passivos, espera?se aumento do investimento direto no país na comparação com o ano anterior, de forma a manter estável a proporção Investimentos Diretos no País (IDP)/ Produto Interno Bruto (PIB) estimada para 2021 (3,4%).
A evolução da pauta de privatizações e concessões pode contribuir para os fluxos de participação no capital, que devem ganhar importância no total do IDP.
O BC analise que, para os investimentos em carteira, o diferencial de juros deve continuar sendo o principal fator de atração de capital para os títulos no país, ainda que mitigado à medida que decorre o processo de normalização monetária nas economias avançadas.
De forma geral, a atualização das projeções continua refletindo cenário favorável das contas externas. O déficit em conta corrente deve se manter em patamar baixo, refletindo o saldo comercial ainda significativo e o patamar contido dos déficits em serviços e rendas, e a economia brasileira continua atraindo investimentos diretos em volumes relevantes, o que é extremamente relevante para a recuperação econômica no cenário pôs pandemia, informa o Banco Central do Brasil.