Economia

Balança comercial: superávit DESPENCA 38,7% em fevereiro

balança comercial brasileira encerrou fevereiro deste ano com um superávit de US$ 2,83 bilhões. Esse valor ficou 38,7% menor que o registrado no mesmo mês de 2022, quando o saldo positivo chegou a US$ 4,62 bilhões.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os dados nesta semana. A propósito, a série histórica teve início em 1989, ou seja, há mais de 33 anos.

Embora o resultado tenha recuado fortemente em relação a 2022, o superávit foi o segundo maior dos últimos seis anos. Confira abaixo o desempenho da balança comercial brasileira em meses de fevereiro nos últimos anos:

  • 2016: US$ 2,655 bilhões;
  • 2017: US$ 4,229 bilhões;
  • 2018: US$ 2,533 bilhões;
  • 2019: US$ 2,051 bilhões;
  • 2020: US$ 1,506 bilhão;
  • 2021: US$ 1,836 bilhão;
  • 2022: US$ 4,629 bilhões;
  • 2023: US$ 2,836 bilhões

De acordo com a pasta, o superávit observado no mês passado resulta da subtração das exportações pelas importações. Aliás, veja abaixo os volumes registrados em fevereiro:

  • Exportações: somaram US$ 20,56 bilhões;
  • Importações: somaram US$ 17,72 bilhões.

No mês passado, as exportações caíram 7,7% em comparação ao mesmo mês de 2022. Da mesma forma, as importações também recuaram nessa base comparativa, mas de maneira bem mais tímida (-0,9%). Com isso, o superávit da balança comercial foi bem menor em fevereiro deste ano.

Em resumo, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.

Exportações batem novo recorde

Segundo o MDIC, as exportações, pela média diária, caíram 7,7% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2022. A saber, as exportações de dois dos três segmentos encolheram no mês passado, puxando a média nacional para baixo.

Confira abaixo os dados das exportações brasileiras em fevereiro:

  • Indústria de transformação: US$ 12,38 bilhões (+5,7%);
  • Agropecuária: US$ 4,45 bilhões (-5,0%);
  • Indústria extrativa: US$ 3,57 bilhões (-38,2%).

O MDIC também revelou que os principais parceiros comerciais do Brasil seguiram trajetórias opostas no volume de exportações em fevereiro:

  • Argentina: US$ 1,32 bilhão (+34,6%);
  • Estados Unidos: US$ 2,38 bilhões (+1,8%);
  • União Europeia: US$ 2,92 bilhões (+12,6%);
  • China, Hong Kong e Macau: US$ 5,19 bilhões (-14,0%).

O volume das importações também encolheu em fevereiro, na comparação anual. Em suma, isso aconteceu devido à indústria extrativa, que fechou o mês em forte queda queda, apesar do crescimento das importações nos outros dois setores:

  • Agropecuária: US$ 390 milhões (+3,5%);
  • Indústria de transformação: US$ 15,90 bilhões (+2,1%);
  • Indústria extrativa: US$ 1,28 bilhão (-29,1%).

Além disso, os principais parceiros comerciais do Brasil seguiram trajetórias inversas em fevereiro:

  • Argentina: US$ 940 milhões (+25,8%);
  • União Europeia: US$ 3,59 bilhões (+19,6%);
  • China, Hong Kong e Macau: US$ 3,76 bilhões (-13,9%);
  • Estados Unidos: US$ 2,85 bilhões (-15,0%).

Veja os destaques de vendas em fevereiro

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) os principais itens vendidos pelo Brasil para o exterior em fevereiro foram:

  • Soja: US$ 2,9 bilhões
  • Minério de ferro: US$ 2,0 bilhões
  • Óleos brutos de petróleo: US$ 1,2 bilhão
  • Óleos combustíveis: US$ 960,7 milhões

“A retração das exportações foi puxada por: café não torrado (-44,3%), soja (-3,0%) e algodão em bruto (-73,1%) na Agropecuária; pedra, areia e cascalho (-68,4%), minérios de níquel e seus concentrados ( -100%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (-67,9%) na indústria extrativa”, explicou o MDIC.

Já na indústria de transformação, os itens que tiveram as maiores quedas, impactando as exportações, foram carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (-27,0%), açúcares e melaços (-19,2%) e produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, não folheados ou chapeados, ou revestidos (-57,6%).

Do lado das altas, os destaques da agropecuária foram animais vivos, não incluído pescados ou crustáceos (35,9%), milho não moído, exceto milho doce (255,9%) e sementes oleaginosas de girassol, gergelim, canola, algodão e outras (513,4%).

Já na indústria extrativa, os avanços mais importantes vieram de outros minerais em bruto ( 15,9%), minério de ferro e seus concentrados ( 20,6%) e minérios de alumínio e seus concentrados (514,5%).

Na indústria de transformação, os destaques positivos foram celulose (84,9%), óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (17,1%) e produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço ( 41,1%).

Principais parceiros do Brasil

Por fim, os principais parceiros comerciais do Brasil em fevereiro foram:

  • China: US$ 5,10 bilhões;
  • EUA: US$ 2,38 bilhões;
  • Argentina: US$ 1,3 bilhão;
  • Países Baixos: US$ 656,89 milhões;
  • México: US$ 650,57 milhões.
  • Espanha: US$ 594,88 milhões;
  • Singapura: US$ 592,12 milhões;
  • Chile: US$ 522,43 milhões;
  • Japão: US$ 427,11 milhões;
  • Colômbia: US$ 369,72 milhões;

Vale destacar o avanço de quatro países no ranking em fevereiro. O primeiro deles é a Argentina, cujo valor disparou 34,56%, fazendo o vizinho sul-americano se firmar na terceira posição. O outro avanço expressivo foi registrado por México (+47,08%), que subiu da décima para a quinta posição entre 2022 e 2023.

Por fim, também tiveram fortes altas anuais o Japão (+24,18%) e a Colômbia (+20,49%), que estavam em 16º e 17º, respectivamente, no ano passado. Em contrapartida, a maior queda veio de Singapura (-28,19%), que perdeu três posições no ranking.