Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira em Pequim, o presidente-executivo da Sinovac Biotech, Yin Weidong, saiu em defesa da CoronaVac após questionamentos sobre a diferença entre as taxas de eficácia global da vacina no Brasil (50,38%), Indonésia (65,3%) e Turquia (91%).
Segundo o presidente da Sinovac Biotech, farmacêutica responsável pela CoronaVac, a eficácia global de 50,38% nos testes conduzidos pelo Instituto Butantan no Brasil se deve ao fato de que todos os 12.508 voluntários dos estudos serem profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, representando um grupo de alto risco, o que não aconteceu nos testes da CoronaVac na Turquia e Indonésia.
As vacinas da Pfizer/Biontech e da Moderna, que atingiram eficácia global na casa dos 95%, foram testadas em pessoas da população em geral, e não só em profissionais de saúde, como foi o caso da CoronaVac. Como os voluntários dos testes da Pfizer/Biontech e da Moderna estavam menos expostos ao novo coronavírus, a eficácia de 95% pode diminuir conforme as vacinas forem aplicadas em grupos com alto risco de exposição.
Além de Brasil, Turquia e Indonésia, a CoronaVac já foi vendida para Hong Kong e Singapura. De acordo com Yin Widong, Malásia e Filipinas também fizeram pedidos. Na Indonésia, o presidente Joko Widodo tomou a vacina ao vivo na televisão, marcando o começo da campanha de vacinação no país, que é o mais atingido pela Covid-19 na Ásia e pretende imunizar 181,5 milhões de pessoas até março de 2022.
O pedido de uso emergencial da CoronaVac foi encaminhado pelo Instituto Butantan, responsável pelo imunizante no Brasil, à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) na última sexta (08) e a decisão será tomada domingo (17) em reunião da diretoria colegiada da agência, com transmissão ao vivo como ocorreu com o processo de aprovação da vacina da Pfizer/Biontech nos Estados Unidos.
Na semana passada, antes de divulgar a eficácia global de 50,38%, o Butantan anunciou que a CoronaVac havia atingido eficácia de 78% em casos leves e 100% em casos moderados e graves, o que na prática significa que a vacina protege contra mortes e complicações severas da Covid-19.
“Essa vacina tem segurança, tem eficácia, e todos os requisitos que justificam o uso emergencial”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Segundo o Ministério da Saúde do governo federal, que já comprou 46 milhões de doses da CoronaVac e demonstrou interesse em adquirir mais 54 milhões, assim que a Anvisa aprovar um imunizante contra Covid-19, a vacinação começará em cerca de três ou quatro dias em todo território nacional. No cenário mais otimista, a vacinação no Brasil começará no dia 20 de janeiro.