O Governo Federal estabeleceu recentemente, algumas ações relacionadas ao carro popular no país. As medidas têm como objetivo reduzir os custos de produção de veículos zero quilômetro, oferecendo à população um automóvel mais barato. Consequentemente, espera-se que os carros usados também tenham preços menores.
Todavia, estima-se que através dessas medidas, haja um aumento na competitividade do setor automobilístico nacional, afetando a cadeia de produção e a negociação de veículos seminovos. Isso se deve ao fato de que com o automóvel popular, os preços negociados tendem a cair até mesmo para os carros usados.
No entanto, de acordo com a Federação Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), as propostas que o Governo Federal deve realizar possuem alguns empecilhos que podem reduzir seus efeitos. Desse modo, para a federação o preço dos veículos semi-novos e usados no país deverá continuar o mesmo.
Neste sentido, o Governo Federal estabeleceu um plano de ação no qual seja possível obter um desconto de R$2 mil, até R$8 mil nos valores negociados para carros zero quilômetro. Haverá também alguns subsídios direcionados a outros veículos automotores, como por exemplo, caminhões e ônibus.
A princípio, o programa do Governo Federal para o carro popular terá uma reserva financeira de cerca de R$1,5 bilhão. Segundo o vice-presidente e ministro da indústria, Geraldo Alckmin (PSB), os descontos dados às montadoras de veículos nacionais devem seguir alguns critérios pré-estabelecidos.
Dessa maneira, o foco do Governo Federal tem relação com critérios sociais e deverá atingir veículos mais baratos, que produzam menos poluentes, em busca de uma maior sustentabilidade. Além disso, as peças que compõem esses carros, deverão ser produzidas em território nacional, fortalecendo a indústria do país.
Vale ressaltar que o programa instituído pelo governo terá uma validade de quatro meses. Espera-se que não apenas a indústria se beneficie das novas medidas. A venda de carros usados, principalmente a de veículos seminovos também deve ter benefícios, visto que haverá um maior desenvolvimento do setor automobilístico.
Estima-se que haja um efeito cascata em que os carros usados também sejam oferecidos à população a um preço menor. Esses veículos são aqueles que possuem mais de três anos de uso. Isso se deve ao fato de que haverá um aumento exponencial da competitividade, que tende a diminuir os valores negociados.
Com a instituição dos veículos populares, onde os automóveis novos terão um preço menor, haverá uma pressão sobre os carros usados e o seminovos. Se houver um desconto de 15% em um automóvel zero quilômetro, a tendência é a de que os valores também se refletem nas outras categorias.
Em síntese, a pessoa que estiver procurando por um carro usado ou seminovo, ao se deparar com um veículo zero quilômetro mais barato irá analisar se compensa adquirir um automóvel nestas condições. O automóvel novo apresenta muitas vantagens, como por exemplo, a pouca necessidade de manutenção.
Segundo especialistas do setor automobilístico, a diminuição no preço dos veículos atualmente fabricados não irá influenciar apenas os carros usados e seminovos. Espera-se que haja consequência nos valores negociados para os automóveis que saíram de linha, ou seja, os modelos que já não são mais produzidos no país.
Com as ações do Governo Federal em busca de retomar o carro popular, os impactos da medida devem recair rapidamente nos veículos usados e seminovos. O mercado automobilístico ficará atento e mudará os preços em busca de uma maior concorrência. Entretanto, por ser uma medida temporária, há ressalvas.
Os vendedores e compradores podem ter medo de negociar os veículos, visto que a medida do governo irá durar por apenas quatro meses. Não se tem uma ideia real de qual será a procura pelos carros populares durante esse período. Há dúvidas se haverá o estímulo ao setor de veículos novos e seu reflexo nos usados e seminovos.
Em conclusão, as montadoras irão mudar a suas políticas de produção, gerando um impacto exponencial, aumentando a oferta de veículos novos, fomentando a competitividade com os carros usados e seminovos. Especialistas dizem que mesmo com a queda de preços, a população não possui um grande poder de compra, o que deve ainda refletir nas vendas.