O valor médio do auxílio emergencial conseguiu compensar boa parte da perda de potencial de renda das famílias brasileiras. Na média, o benefício concedido durante a pandemia do coronavírus, representou um acréscimo de R$ 846,50 aos domicílios, tendo maior resultado em estados do Norte e Nordeste do país.
A conclusão é do estudo conduzido pelo Ipea, divulgado na última quarta-feira (24). A pesquisa foi baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do IBGE, e considerou quatro semanas do mês de maio.
A pesquisa aponta que o valor concedido pelo governo correspondeu a 44,6% do rendimento médio dos ocupados, a 77,5% do rendimento médio dos trabalhadores autônomos, e foi 21,2% superior ao rendimento médio do trabalhador doméstico.
“Levando-se em conta que as duas últimas categorias estariam entre as principais populações-alvo do programa, o valor fornecido revelou-se capaz de compensar grande parte da perda potencial de renda domiciliar causada pela pandemia da Covid-19”, considerou o Ipea.
Ainda, a pesquisa apontou que o auxílio mostrou produzir maior efeito nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde o valor médio repassado foi maior se comparado ao restante do País.
“Na região Norte, o auxílio emergencial médio (R$ 936,16) foi 17% maior que a média recebida pelos trabalhadores por conta própria (R$ 801,46). Em relação ao trabalho doméstico (R$ 616,73), o auxílio foi 52% maior. No Nordeste, as comparações mostram que o auxílio médio recebido (R$ 907,37) foi 46% maior que os rendimentos dos trabalhadores por conta própria (R$ 616,60) e 87% maior que os rendimentos dos empregados domésticos (R$ 485,76)”, ressaltam os pesquisadores.
De acordo com a pesquisa, 26,3 milhões de domicílios, que equivale a 38,7% dos 68 milhões de domicílios brasileiros, tiveram acesso ao benefício. Desse total, 82% possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 832,65, ou seja, abaixo da media do auxílio obtido.