O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, durante discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), que pagou US$ 1.000 (cerca de R$ 5.540, na cotação atual) de auxílio emergencial para os brasileiros. Por causa dessa declaração do presidente, uma desempregada entrou na Justiça contra a União.
A mulher mora no Rio, em Santa Teresa, e acionou advogada para reivindicar a diferença entre o valor que recebeu e o valor que o presidente afirmou que pagou na ONU. A mulher recebeu cinco parcelas de R$ 600. Somando todas as parcelas, ela recebeu R$ 3.000. O nome da mulher não foi divulgado.
Leila Loureiro, advogada da mulher, afirmou que a cliente vive em condições de vulnerabilidade e a procurou acreditando ter direito a receber a diferença do valor. A advogada disse também que a ação tem o objetivo de reparação de cunho pedagógico.
“”A ação é inédita e não é tão simples, mas a gente concluiu que a fala do presidente tem repercussão no mundo dos fatos, o presidente está como chefe de estado perante a Assembleia da ONU e é necessário responsabilidade no discurso. A gente busca reparação de cunho pedagógico para que nossos líderes entendam que existe materialização da fala. Essas pessoas são credoras”, disse a advogada.
A defesa busca a diferença entre o valor anunciado pelo presidente e o valor de fato pago. A advogada também pede o pagamento de R$ 9.420 por dano moral. Durante o discurso de Bolsonaro à ONU, o presidente também afirmou, entre outros pontos, que a Amazônia é úmida e só pega fogo nas bordas e que índios e caboclos são os responsáveis pelas queimadas.
Sobre o pagamento de mil dólares do auxílio emergencial, Bolsonaro se defendeu na última quinta-feira afirmando que fez uma “aproximação”.