Economia

Auxílio emergencial sem contrapartida pode elevar inflação

O auxílio emergencial pode aumentar a inflação e o desemprego, caso não seja ofertado com uma contrapartida, como o corte de gastos. É o que explicada a nota técnica publicada nesta terça-feira (02) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

Esse resultado seria levado por uma deterioração de ativos financeiros do país como o câmbio, os títulos públicos e a bolsa de valores. Tudo isso consequência da possível aumento de despesas do auxílio emergencial sem corte de gastos.

A crise financeira que poderia se agravar, poderia ainda recair sobre a recuperação do emprego.  Veja alguns fatores que poderiam ser causados se o auxílio emergencial for pago sem contrapartida:

  • Elevação dos juros futuros
  • O aumento do risco país
  • Possível a contração do Produto Interno Bruto (PIB, entenda mais aqui)

“Essa piora reduzirá o poder de compra das famílias, encarecerá o investimento e aumentará o desemprego. O passado nos mostra que o descontrole fiscal prejudica principalmente as famílias mais pobres”, destaca a nota da SPE.

Elevação de preços

O auxílio emergencial, sem a devida compensação fiscal, poderia elevar a inflação pelos seguintes motivos, defende a nota:  desvalorização cambial e aumento dos gastos públicos.

Segundo a análise do Ministério da Economia, a inflação geraria o aumento de preços e prejudicaria a população mais vulnerável.

“Como a inflação e o desemprego afetam desproporcionalmente mais a população carente, o auxílio emergencial pode acabar por prejudicar justamente as pessoas que se queria ajudar”, ressalta o texto.

Veja duas contrapartidas defendidas pela nota:

Remanejamento dos recursos de programas sociais

A pasta defende que programas sociais considerados “ineficientes” sejam avaliados para verbas mais encaminhadas para redução da pobreza.

Elevação da produtividade no Brasil

Para haver de fato a elevação da produtividade no Brasil, seriam necessárias mais empenho em qualificação profissional e reformas que facilitem os negócios.

Auxílio emergencial e PEC Emergencial

A nota foi publicada num cenário que emendas estão sendo propostas a PEC Emergencial. No texto, o governo inseriu uma cláusula de calamidade pública que desobriga seguir as regras fiscais, porém propõe medidas de ajuste fiscal. O auxílio emergencial também está em pauta.

Entre as possíveis ações do governo para reajuste fiscal estão:

  • Congelamento de salários de funcionários públicos por até 3 anos;
  • Proibição de novas despesas obrigatórias;
  • Revisão dos incentivos fiscais e a redução de repasses para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Saiba tudo que já foi dito até agora sobre o auxílio emergencial clicando aqui.