A ex-presidente Dilma Rousseff criticou a postura de Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil, durante a pandemia do novo coronavírus. A ex-presidente também opinou sobre o auxílio emergencial e afirmou que o programa não deve servir como meio para “chantagear” governadores sobre adotar ou não as recomendadas medidas restritivas em seus respectivos estados.
“O auxílio emergencial não pode ser objeto de chantagem. É justamente quando o país está no auge da pandemia, com 251 mil mortes, colapso hospitalar e falta de vacinas, que os pobres devem receber uma renda mínima do Estado para sobreviver e alimentar suas famílias sem se expor à morte, à doença e ao colapso dos serviços de saúde”, disse Dilma Rousseff. O pronunciamento foi publicado em seu site.
No fim da semana passada, Bolsonaro discursou no Ceará e falou sobre a nova rodada do auxílio. O presidente afirmou que o governo estuda pagar mais quatro parcelas de R$ 250. Esse pagamento seria feito a um grupo menor de beneficiários.
“O auxílio emergencial vem por mais alguns meses e, daqui para frente, o governador que fechar o seu Estado, que destrói o seu Estado, ele que deve bancar o auxílio emergencial”, disse Bolsonaro. E a ex-presidente Dilma fez menção a esse discurso. “No Ceará, o presidente negacionista Bolsonaro se superou: conseguiu ser pior do que ele mesmo, pois causou aglomerações, desprezou o uso de máscara para enfrentar a pandemia, negou a gravidade da doença e chantageou os governadores”, disse ela.
Dilma disse ainda que o Congresso Nacional deve barrar tentativas do governo de fazer uso do auxílio como ferramenta de chantagem, durante a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial. “Precisamos de um mutirão pela vida. Um pacto capaz de impor o uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, veto a aglomerações, auxílio emergencial até o fim da pandemia e vacinas para todos, já”, finalizou.