O Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar nesta terça-feira (14) sobre a possibilidade de uma nova prorrogação no Auxílio Emergencial. De acordo com o chefe da pasta econômica isso pode acontecer. No entanto, apenas se um cenário de falta de apoio dos empresários passasse a se tornar realidade.
Em um evento econômico da BTG Pactual, Guedes disse que o país precisa aprovar a Reforma do Imposto de Renda. De acordo com ele, sem essa aprovação, o país passaria a não poder mais aumentar os valores do Bolsa Família. Nessa situação, ainda segundo ele, a saída seria aplicar uma nova prorrogação no Auxílio Emergencial.
“O mundo empresarial vai a Brasília e faz um lobby contra o (a reforma do) Imposto de Renda. Ele na verdade está inviabilizando o (elevação dos valores) Bolsa Família. Vai produzir uma reação do governo que é o seguinte: ah é, então quer dizer que não tem fonte não, né? Não tem tu vem tu mesmo”, disse o Ministro.
“Então é o seguinte, bota aí R$ 500 logo de uma vez e é auxílio emergencial. A pandemia está aí, a pobreza está muito grande, vamos para o ‘vamos ver’”, completou o Ministro no evento em questão. No entanto, Paulo Guedes deixou claro que não é isso o que ele quer que aconteça. Ele voltou a dizer que, na visão dele, esse não seria o cenário ideal.
“Ora, está criando um problema (uma nova prorrogação do Auxílio) tremendo para todo mundo, inclusive para quem vos fala. Eu não estou lá para fazer bagunça, e vai virar bagunça se não tiver uma solução tecnicamente correta”, completou o Ministro no evento que contou com a participação de especialistas na área da economia.
O Governo Federal, aliás, começou os pagamentos do Auxílio Emergencial ainda no ano passado. Naquele primeiro momento, eles pagaram o benefício de R$ 600 podendo chegar em R$ 1200. E a partir de setembro isso caiu para R$ 300 podendo chegar em R$ 600.
No início deste ano, no entanto, o Palácio do Planalto decidiu cancelar o benefício definitivamente. Com isso, os pagamentos do programa não existiram entre os meses de janeiro e março. No entanto, com a piora da pandemia, eles retomaram essas liberações em abril.
A ideia inicial era que o programa fosse ter quatro pagamentos em 2021. No entanto, como a pandemia ainda custou a terminar, eles acharam por melhor prorrogar o benefício por mais três meses. No momento, o que se sabe de maneira oficial é que o projeto vai durar até outubro.
Nesta semana, o Governo Federal está seguindo com as liberações da quinta parcela do Auxílio Emergencial para os usuários informais. E já na próxima sexta-feira (17), eles irão começar os repasses da sexta parcela do benefício.
De acordo com o Ministério da Cidadania, algo em torno de 35 milhões de brasileiros estão recebendo o Auxílio Emergencial neste momento. Esse número de usuários é o mais baixo desde o início dos pagamentos ainda no ano passado.
Os valores deste ano seguem os mesmos. São parcelas que variam entre R$ 150 e R$ 375 a depender do público que recebe. De acordo com o próprio Ministério da Cidadania, a maioria dos informais está recebendo esse patamar menor.