A Controladoria-Geral da União fez cruzamento de dados e descobriu 680.564 servidores que não podiam, mas receberam o auxílio emergencial de R$ 600. Os dados são de pagamentos feitos até 19 de julho. O prejuízo foi de R$ 981,7 milhões aos cofres públicos.
O valor pago indevidamente do auxílio, por exemplo, conseguiria pagar uma parcela do Bolsa Família para mais de cinco milhões de famílias brasileiras. O programa social Bolsa Família representa gasto anual de R$ 32,5 bilhões ao governo.
A maior parte desses pagamentos indevidos foram feitos para servidores estaduais e municipais, num total de 613.431. O número de servidores federais que receberam o auxílio indevidamente foi de 14.182. E outros 52.001 de pagamentos irregulares foram feitos para militares ativos, inativos ou pensionistas. O restante de 950 pagamentos indevidos foram feitos para funcionários de empresas estatais federais.
A maioria dos pagamentos irregulares para servidores estaduais e municipais aconteceu no Maranhão, num total de quase 103 mil cidadãos. Em seguida, aparece a Bahia, com 82.977, Minas Gerais, com 60.838, Rio de Janeiro, com 40.998, e Ceará, com 38.785.
Apesar dos pagamentos serem irregulares, esse número não confirma que todos os 680 mil servidores pediram o auxílio emergencial. Eles também podem ter sido incluídos entre os beneficiários do auxílio automaticamente, por estarem no Cadastro Único ou por receberem o Bolsa Família.
Por fim, esses 680 mil pagamentos indevidos não englobam todos os brasileiros que não podiam receber o auxílio. O número não engloba, por exemplo, brasileiros de alta renda que recebem o benefício.
De acordo com a lei do auxílio, agentes públicos não têm direito ao benefício. Isso inclui também agentes públicos em cargos temporários, funções de confiança, cargos em comissão e titulares de mandatos eletivos.