Nesta sexta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro voltou a interligar ao que tem chamado de “política do fica em casa” os problemas econômicos causados no país em decorrência da pandemia da covid-19.
Durante uma conversa com apoiadores, Bolsonaro disse ser injustiçado por críticas pelo fim do auxílio emergencial e deu um recado à sua base, dizendo: “Cobre de quem te determinou ficar em casa, fechou o comércio e acabou com o seu emprego”.
“Cobrem os governadores. Eles podem se endividar também. O governo está se endividando. Até quando vai durar isso aí?”, questionou o presidente.
Em sua declaração, ao falara sobre mensagens recebidas em suas redes sociais, Bolsonaro deu a entender que está sendo pressionado por apoiadores devido ao fim do benefício que ajudou milhões de brasileiros em 2020.
“Está sendo estudado [o valor referente à prorrogação do benefício]. Eu pergunto para você: qual pais da América do Sul adotou auxilio emergencial? Nós botamos R$ 600 por cinco meses, e R$ 300 e por quatro meses. Quando termina, dão porrada em mim”, disse.
O presidente, que era contra a prorrogação do auxílio emergencial neste ano, acabou cedendo a pressão de parlamentares aliados para realizar a extensão do pagamento. De acordo com o presidente, somente a primeira etapa do benefício em 2020, gerou um endividamento de R$ 50 bilhões mensais.
“São 68 milhões de pessoas [beneficiadas]. Quando era R$ 600, foram quase R$ 50 bilhões por mês de endividamento. Quem vai pagar essa conta são vocês. A gente tem dificuldade. Eu sei que tem. Lamento, tenho pena, mas se nós nos desajustarmos fiscalmente, vem uma inflação galopante aí”.