Economia

Auxílio emergencial aumentou vendas no varejo

O auxílio emergencial de R$ 600, pago pelo governo brasileiro para trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais (MEIs) e desempregados, foi responsável por aumentar as vendas no varejo. Com a pandemia do novo coronavírus, os hábitos de consumo dos brasileiros mudaram.

Em julho deste ano, quatro setores tiveram aumento no número de vendas quando comparado ao período anterior à pandemia e auxílio emergencial. Os únicos segmentos com aumento de vendas foram móveis e eletrodomésticos, supermercados, farmácias e materiais de construção.

De acordo com Fábio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o setor de móveis e eletrodomésticos teve crescimento de 17,9% nas vendas. O de materiais de construção, aumento de 14,6%. Os supermercados, de 9,7%. E as farmácias, de 7,8%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse aumento também foi responsável por mudança nos preços dos produtos desses setores. Por exemplo, televisores, aparelhos de som e de informática tiveram aumento de 13,53% até agosto deste ano, dentro do IPCA, índice oficial de inflação do Brasil. O arroz teve aumento de 19,25%. O tijolo, de 16,86%, e o cimento, de 10,67%.

Com o auxílio emergencial de R$ 600 chegando ao fim, o impacto nas vendas também deve diminuir. Entre setembro e dezembro, as parcelas do auxílio diminuirão pela metade, de R$ 600 para R$ 300. Com isso, de acordo com o CNC, um total de R$ 7,4 bilhões devem deixar de ser injetados nesses setores. Com o auxílio emergencial reduzido, tanto no valor quando no número de beneficiários, o comércio deve ter menos impulso para a economia no quarto trimestre do ano.