Apenas 1% de todos os beneficiários do Auxílio Emergencial usam o dinheiro do programa como uma renda extra. Isto é, usam a quantia apenas para guardar para uma situação emergencial. Isso quer dizer portanto que a maioria dos usuários usa mesmo o montante assim que recebem ou em uma data próxima disso.
Quem está está revelando esses dados é uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, apenas uma pequena parcela da população está recebendo e guardando esse dinheiro para pagar qualquer despesa extra. Todos os outros sentem uma necessidade de usar a quantia rapidamente.
É que não estamos falando de muito dinheiro. De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 37 milhões de brasileiros estão recebendo parcelas que variam entre R$ 150 e R$ 375. Esse valor mais alto não é suficiente para comprar uma cesta básica mensal para quatro pessoas em nenhuma das capitais que divulgam os seus dados.
O resultado dessa pesquisa do CNI mostra que os cidadãos realmente estão precisando desse dinheiro agora. Isso porque a maioria desses brasileiros realmente possui contas para pagar. Em muitos casos, essa quantia acaba servindo para comprar comida. E como se sabe, esse é um item que não pode esperar.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, há dois tipos de recebimento do Auxílio Emergencial para informais. O primeiro é a liberação da quantia de forma digital. Alguns dias depois a Caixa libera os pagamentos via saque. E aí nesse segundo caso o beneficiário vai ter a oportunidade de tirar o dinheiro em espécie em um caixa eletrônico.
Recentemente, o Presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista que concorda que os valores do Auxílio Emergencial são baixos. De acordo com ele, no entanto, esse patamar seria o máximo que o Governo estaria conseguindo pagar.
O Presidente disse ainda que as pessoas deveriam usar esse dinheiro justamente como uma renda extra, e não como uma renda total. Assim, na visão de Bolsonaro, o Auxílio acabaria servindo apenas como um complemento.
A pesquisa da CNI, no entanto, mostra que essa não é a realidade da grande maioria dos beneficiários. Os dados revelam que muita gente precisa do Auxílio não para complementar a renda, mas para realizar compras básicas ou pagamentos urgentes de contas. Essa é a realidade.
Recentemente o Governo Federal anunciou a prorrogação do Auxílio Emergencial por mais três meses. Com isso, os repasses do programa deverão seguir até, pelo menos, o próximo mês de outubro. Pelo menos essa é a ideia. Tudo pode mudar.
O que não deve mudar são os valores. De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 37 milhões de brasileiros seguirão recebendo os patamares atuais pelos próximos três meses. O Governo não pretende mudar isso.
Logo depois desses pagamentos, no entanto, o Planalto quer começar as liberações do Novo Bolsa Família. E aí a ideia é justamente aumentar os valores e a quantidade de beneficiários do projeto justamente para tentar atender a população vulnerável.