Na média, o brasileiro viu sua renda de trabalho diminuir, por causa da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Entretanto, a renda total, que inclui também outras fontes além do trabalho, foi maior que a habitual em julho.
De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), esse aumento na renda total aconteceu por causa do auxílio emergencial. Entre as famílias brasileiras mais pobres, o valor recebido foi 24% maior que o habitual.
Para chegar à conclusão, o estudo utilizou dados da Pnad Covid de julho, verão especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada durante a pandemia.
O IBGE havia demonstrado que o auxílio emergencial aumentou a renda dos brasileiros. O aumento é ainda mais significativo entre os mais pobres. Nas faixas de renda de menor renda, o peso de outras fontes de recursos, como programas de transferência do governo e aposentadoria, têm impacto maior.
Entre as famílias de baixa renda, que ganham menos de R$ 900 por mês, a renda média apenas de trabalho foi de R$ 360,52 em julho.
O valor significa 61% do rendimento habitual do trabalho das famílias, que foi de R$ 595,03. Quando são somadas a outras fontes de renda, com exceção do auxílio emergencial, a renda média efetiva dos mais pobres sobre para R$ 707,83 mensais.
As famílias de baixa renda receberam uma média de R$ 824,80 de auxílios emergenciais em julho. Por isso, o rendimento de todas as fontes de renda em julho foi de R$ 1.164,88. O número representa um aumento de 24% quando comparada à renda habitual.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou que o Governo pretende prorrogar o auxílio emergencial até o fim de 2020. No entanto, o valor da prorrogação deve ser com valor menos que os atuais R$600.
Na semana, Bolsonaro esteve em reuniões com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e suspendeu uma proposta do ministro que ficava abaixo de R$ 300. De acordo com Bolsonaro, a economia brasileira “tem que pegar” até o fim de 2020.
“Não será R$ 600, mas também não será R$ 200 pretendemos prorrogá-lo até o final do ano e com isso fazer com que a economia volte à normalidade”, disse Bolsonaro.
“Pretendemos prorrogar até o final do ano, não com este valor que está aí, que pode até ser pouco para quem recebe, mas é muito para quem paga. Quem paga somos todos nós. E não é dinheiro que o governo tem. Isso vem de endividamento. Estamos negociando. Acreditamos que teremos mais um endividamento, não na ordem de R$ 50 bilhões por mês, como é este, de R$ 600, mas diminuir um pouco para ver se a economia pega. A economia tem que pegar”, afirmou o presidente.
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