Nesta segunda-feira (30), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, descartou renovar o estado de calamidade pública e o auxílio emergencial, ambos vigentes até 31 de dezembro. “Não deixem as coisas para o último dia do ano”, disse ao alertar o governo federal.
“Não adianta chegar no último dia e querer pressionar, porque não vai funcionar”, disse Maia durante uma entrevista. “Não adianta forçar a mão porque, na minha presidência, dia 31 de dezembro não haverá, em nenhuma hipótese, prorrogação automática do estado de calamidade. Governo terá de trabalhar a partir de 2 de janeiro com as medidas provisórias.”, concluiu.
Ainda, de acordo com o presidente da Câmara, a chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Guerra, também não será renovada. A partir de 2021, o governo deverá respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e a regra de ouro.
“Essa pressão para prorrogar despesa vai fazer parecer um benefício fácil para os pobres, mas vai dar com uma mão e tirar com a outra”, disse Maia, referindo-se ao auxílio emergencial. “Parece custoso, desgastante, mas isso [respeito à LRF e à regra de ouro] é que vai dar condições para o setor privado investir no Brasil, como começou a investir nas últimas semanas.”
Neste fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que o ministro Paulo Guedes “é 98% da Economia”. Segundo ele, o objetivo é ser firme nos 2% das decisões da Economia que diz passarem por ele. Além disso, o chefe do executivo federal declarou que será dado o cartão vermelho para quem falar sobre o Renda Cidadã.
As declarações de Bolsonaro foram dadas logo após ele votar em uma escola na Vila Militar, na zona oeste do Rio.
“O que eu falei três meses atrás está valendo. Quem falar em Renda Cidadã, cartão vermelho,” disse.