Até o início de novembro deste ano, pouco mais de 16% dos usuários do Auxílio Brasil tinham solicitado o saldo do consignado. Ao menos é o que apontam os dados oficiais do Ministério da Cidadania, divulgados pelo site G1 via Lei de Acesso à Informação. O consignado está valendo desde o último mês de outubro.
Em números totais, é possível dizer que 3.484.354 empréstimos foram realizados até o dia 1 de novembro deste ano. Este número não necessariamente compreende a quantidade de pessoas que realizaram o pedido, já que um mesmo indivíduo pode solicitar mais de um crédito consignado ao mesmo tempo.
De todo modo, o Ministério da Cidadania afirma que cerca de 16,5% dos mais de 21 milhões de usuários do programa social realizaram a solicitação. Parte deles já teve o primeiro desconto direto na fonte nos pagamentos do Auxílio Brasil em novembro. Já naquela ocasião, os valores entraram na conta com algum nível de desconto.
O Ministério observou ainda que há uma diferença no número de pedidos de acordo com a unidade da federação. No Rio Grande do Norte, por exemplo, estima-se que 23,5% das famílias que recebem o Auxílio Brasil solicitaram o consignado do programa social. Este foi o estado que relativamente mais apresentou pedidos dos beneficiários.
Contudo, esta separação por estado não parece estar diretamente relacionada com a região. Tanto é que o segundo estado com mais pedidos é o Rio Grande do Sul (21,56%). Completam a lista Sergipe com 19,1%, Paraná com 18,64% e a Paraíba, com 18,38%.
Do outro extremo da tabela estão os estados que menos realizaram pedidos. São eles Roraima (10,9%), seguida por Rondônia (13,5%), Maranhão (13,62%) e Mato Grosso (13,79%).
O Ministério da Cidadania também divulgou nesta segunda-feira (13), o valor médio dos pagamentos do consignado do Auxílio Brasil. Segundo a pasta, a média nacional de recebimento do crédito foi de R$ 2.718,24, isto é, um saldo mais de 4 vezes maior do que o patamar mensal do Auxílio Brasil, que é de R$ 600.
As pessoas que solicitam o consignado deste programa social, passam a ter que pagar o dinheiro na forma de descontos mensais no projeto social. Assim, nos meses seguintes, cada um vai receber o benefício com os abatimentos até que consiga quitar toda a dívida.
Vale sempre lembrar que há um limite de 3,5% ao mês na taxa de juros. Os bancos podem definir qualquer número neste campo, desde que não ultrapasse este teto. Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, esta taxa é de 3,45% ao mês.
Ainda existem dúvidas sobre o que vai acontecer com o consignado do Auxílio Brasil a partir do próximo ano. Durante a campanha presidencial, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deixou claro o que deverá fazer neste sentido.
Membros da equipe de transição na área de Desenvolvimento Social já chegaram a criticar publicamente a liberação do consignado para usuários do Auxílio Brasil. De toda forma, eles ainda não decidiram se podem acabar ou não com o sistema a partir de 2023.
Até lá, todos os bancos homologados para operar esta linha devem seguir operando o crédito normalmente.