O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) segue marcando posição sobre a sua opinião em relação ao Auxílio Brasil. Em entrevista nesta terça-feira (5), ele disse que a responsabilidade sobre o futuro desse projeto não deve cair exclusivamente no colo do Congresso Nacional. Há quem diga que isso teria sido um recado para o Ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Não podemos colocar no colo do Congresso Nacional essa responsabilidade de aprovar um projeto estruturante como condição para algum projeto social, que é o que tem mais apelo popular, mais apelo eleitoral inclusive”, disse o Presidente do Senado. Ele não chegou a citar nominalmente o Ministro Paulo Guedes.
“Não dá para ter essa discussão, Bolsa Família é fundamental, talvez tudo que nos una aqui como propósito imediato que nós temos que é gerar condições para pessoas de baixar renda de terem sobrevivência em razão de tudo que estamos passando no Brasil, mas nós temos de ter criatividade”, completou ele.
Pacheco está falando sobretudo sobre a questão da Reforma do Imposto de Renda. Esse é o texto que está em tramitação no Senado Federal neste exato momento. De acordo com o Ministro da Economia, esse é o documento que, se aprovado, abriria caminho para o financiamento do Bolsa Família turbinado.
Logo depois de participar de uma reunião com o relator da proposta, Senador Ângelo Coronel (PSD-BA), Paulo Guedes disse que se o Senado não aprovar o texto estaria mandando um recado de que não se importa com o Bolsa Família. A declaração acabou pegando muito mal na casa.
Logo depois dessa declaração de Paulo Guedes, o Senador Ângelo Coronel deu uma entrevista dizendo que não iria trabalhar diante de pressão. Ele disse ainda que vai produzir o texto no seu tempo e negou que o documento seja importante para a aprovação do Auxílio Brasil.
Esta não é, no entanto, a primeira vez que Paulo Guedes é acusado de pressionar o Palácio do Planalto. No último mês de março, membros da oposição disseram que ele estaria chantageando o Congresso para conseguir aprovar a PEC Emergencial.
Para quem não lembra, Guedes disse que só retomaria os pagamentos do Auxílio Emergencial se o Congresso aprovasse essa PEC Emergencial. Na ocasião, ele conseguiu aprovar o texto sem maiores problemas nas duas casas.
A ideia do Governo Federal segue a mesma. Eles querem começar os pagamentos do Bolsa Família turbinado a partir do próximo mês de novembro. Para este ano, o aumento na alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) deve resolver.
Para o próximo ano, no entanto, o plano de Paulo Guedes é justamente conseguir aprovar essa série de projetos que estão em tramitação no Congresso Nacional. E aí não tem apenas essa Reforma do Imposto de Renda.
De acordo com o Ministro, os deputados também precisam aprovar a PEC dos precatórios, que segue em tramitação na Câmara dos Deputados. O texto ainda deve passar por algumas mudanças. É o que se sabe.