Uma resolução saiu da 1ª Vara Cível Federal de São Paulo, que beneficiará milhões de brasileiros e somente no Estado de Alagoas 281.492 pessoas com uma indenização de R$ 15 mil cada um. O motivo? Eles foram vítimas de um vazamento de dados ocorrido no segundo semestre de 2022, a maioria sendo beneficiários do programa Auxílio Brasil. No Brasil foram quase 4 milhões de pessoas com dados vazados aproximadamente, que receberão no total cerca de R$56 BILHÕES.
O Auxílio Brasil é um programa de assistência social do governo brasileiro, projetado para fornecer ajuda financeira à população mais vulnerável do país. Ele foi especialmente crítico durante a pandemia de COVID-19, quando muitos brasileiros perderam seus empregos e outras formas de renda. Após gestão do governo Lula, seu nome voltou a ser Bolsa Família.
A decisão judicial determinou que o valor da indenização deve ser pago pela Caixa Econômica Federal, Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal responsável por serviços online), ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) e União. A lista com o nome das pessoas que tiveram seus nomes vazados não é pública.
O juiz Marco Aurelio de Mello Castrianni determinou que todas as entidades réus notifiquem por carta aquelas pessoas que receberão a indenização. As empresas e entidades ainda podem recorrer da decisão de primeira instância. A Caixa informou que já recorreu.
Além da indenização às vítimas, o juiz determinou que as rés paguem R$ 40 milhões por danos morais coletivos, valor que será revertido ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. As empresas também precisarão comunicar aos titulares dos dados a ocorrência do incidente de segurança que resultou no vazamento.
A decisão judicial estabeleceu ainda a revisão dos sistemas de armazenamento de dados, o desenvolvimento de mecanismos de segurança e controle preventivo e o fornecimento de registros e informações relacionados à violação do sigilo.
A decisão da 1ª Vara Cível Federal de São Paulo representa uma vitória significativa para as vítimas do vazamento de dados. A indenização de R$ 15 mil para cada uma das pessoas afetadas irá, sem dúvida, aliviar algumas das dificuldades financeiras que muitos estão enfrentando.
No entanto, o incidente também serve como um lembrete contundente da importância da proteção de dados e dos riscos associados ao seu vazamento. As instituições envolvidas terão que tomar medidas significativas para prevenir tais incidentes no futuro, e o resultado desta ação judicial serve como um aviso para outras organizações sobre as consequências potenciais de falhas na proteção de dados.
Além disso, a decisão também destaca a necessidade de transparência e comunicação eficaz em tais situações. As vítimas do vazamento de dados merecem ser informadas sobre o incidente e as medidas tomadas para resolver a situação. A decisão da corte de exigir que as instituições notifiquem as vítimas por carta é um passo na direção certa, mas muito mais precisa ser feito para garantir que tais incidentes sejam tratados com a seriedade que merecem.
Por fim, o incidente e a subsequente decisão judicial trazem à tona a necessidade de uma regulamentação mais estrita e de melhores práticas em relação à proteção de dados. Os riscos associados ao vazamento de dados são muito altos para serem ignorados, e é essencial que as instituições tenham sistemas robustos em vigor para proteger as informações pessoais dos indivíduos.
Em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, foi relatado um vazamento significativo de dados dos beneficiários do Auxílio Brasil. A Justiça determinou que a Caixa Econômica Federal e a União indenizassem cada um dos 3,7 milhões de beneficiários afetados em R$ 15 mil. O montante total pode ultrapassar os R$ 56 bilhões se a decisão for mantida.
O processo judicial foi movido pelo Instituto de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação, conhecido como Sigilo. Além da Caixa e da União, também são réus a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Dataprev, empresa de tecnologia do governo federal.
Segundo Victor Hugo Pereira Gonçalves, presidente do Instituto Sigilo, os dados vazados incluíam informações de endereço, número de celular, data de nascimento, valor do benefício recebido, NIS (Número de Identificação Social) e informações sobre os cadastros dos beneficiários no SUS (Sistema Único de Saúde), como o CadSUS.
As provas do vazamento de dados coletadas pelo Instituto Sigilo foram anexadas ao processo, mas, devido à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), elas não são acessíveis ao público. No entanto, o juiz emitiu uma decisão liminar obrigando a Caixa e a União a enviar cartas para todos os beneficiários que tiveram seus dados expostos avisando sobre o incidente.
Contudo, isso ainda não ocorreu, pois a Caixa informou que irá recorrer da decisão. Caso a determinação seja mantida, os beneficiários que tiveram suas informações vazadas serão avisados ao fim do processo, ou seja, no trânsito em julgado — o que pode levar até anos, dependendo do andamento da ação.
A Caixa Econômica Federal emitiu uma nota afirmando que irá recorrer da decisão. O banco também afirmou que “não identificou, em análise preliminar, vazamento de dados sob sua guarda” e que “possui infraestrutura adequada à manutenção da integridade de sua base de dados e da segurança dos sistemas do Cadastro Único, garantindo o cumprimento dos preceitos previstos na LGPD”.
Caso você receba uma notificação de que seus dados foram vazados, é importante agir prontamente. Entre em contato com a Caixa ou a União para obter mais detalhes e discutir as próximas etapas. Além disso, considere buscar aconselhamento legal para entender seus direitos e possíveis cursos de ação.