O Governo Federal está apelando para todos os lados para conseguir aprovar a PEC dos Precatórios nesta quarta-feira (3). Para quem não sabe, esse é o texto que se aprovado vai ter o poder de abrir o espaço dentro do teto de gastos para que o Planalto consiga pagar valores turbinados do Auxílio Brasil.
De acordo com informações de bastidores, membros do Governo Federal estão pedindo até para que deputados de oposição votem nesta PEC. Eles alegam que a esquerda, ‘como defensora da justiça social’, não deve se esquecer de aprovar um texto que, em tese, vai acabar ‘levando mais dinheiro para parte da população’.
Para isso, pelo menos três ministros estão em contato com prefeitos do país. Eles querem que esses gestores municipais pressionem os seus deputados de oposição para que eles votem a favor da PEC nesta quarta-feira (3). Ainda não se sabe qual vai ser o real efeito dessa questão. Agora é esperar para ver.
Há cerca de duas semanas, o maior partido de esquerda do país, o PT, se pronunciou sobre o caso. Em entrevista para a Folha de São Paulo, a Presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, disse que eles não irão votar contra qualquer aumento do Bolsa Família. Embora ela tenha deixado claro que prefere uma elevação para a casa dos R$ 600.
De qualquer forma, essa declaração não implica dizer que o Partido vai votar pela PEC dos Precatórios. Pelas últimas votações, aliás, é provável que isso não aconteça. De qualquer forma, é importante ficar de olho em Brasília para saber o que vai acontecer de fato nesta votação da PEC nesta quarta-feira (3).
Além do PT, outros partidos de oposição estão na mira do Governo para ajudar a aprovar a PEC dos Precatórios no Congresso Nacional nesta quarta-feira (3). Só que aparentemente não será tarefa fácil.
“Quanto desse dinheiro que o governo tenta pegar com a PEC dos Precatórios irá para o Orçamento secreto? Nós, da Oposição, defendemos um auxílio de R$ 600, mas sem calote nem “tratoraço””, disse o Deputado Federal Alessandro Molon (PSB-RJ).
Caso a PEC dos Precatórios não seja aprovada, então o Governo Federal teria que começar a pensar em executar uma espécie de plano B. E isso seria justamente a prorrogação do Auxílio Emergencial por mais alguns meses.
Vale lembrar que na última semana, o Presidente Jair Bolsonaro garantiu que não aprovaria uma nova prorrogação do Auxílio. Só que aparentemente ele levou pouco mais de 7 dias para mudar de opinião sobre o assunto mais uma vez.
O fato é que neste momento não dá para ter uma ideia do que vai acontecer. O Governo Federal está esperando o resultado desta votação nesta quarta-feira (3) para ter uma ideia mais ampla do cenário.
O plano A do Palácio do Planalto segue sendo o mesmo. Eles querem pagar o Auxílio Brasil de R$ 400, no mínimo, já a partir de dezembro. Como dito, no entanto, vai ser preciso combinar isso com o Congresso Nacional.