O Governo Federal reajustou o Auxílio Brasil. No entanto, mesmo que o benefício do programa social tenha aumentado para R$ 600, está defasado em relação aos repasses do Auxílio Emergencial entre abril e agosto de 2020.
Acontece que em dois anos a inflação só cresceu, desvalorizando ainda mais a moeda brasileira e reduzindo o poder de compra dos cidadãos. Para deixar claro, o R$ 600 do Auxílio Brasil é R$ 125 menor que o do Auxílio Emergencial.
Os preços dos produtos subiram 20,7% desde abril de 2020, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Atualmente, o valor do Auxílio Brasil ainda é de R$ 400. A partir dos próximos cinco meses, o benefício será ampliado para R$ 600, conforme a aprovação da PEC dos benefícios do Governo Federal.
Em contrapartida, uma pesquisa realizada em maio pelo Departamento Intersindical de Estatística e Pesquisa Econômica (Dieese) indicou que o novo valor não poderia comprar uma cesta básica, a depender da cidade.
Segundo o economista e professor da Faculdade Hélio Alonso (Facha), Ricardo Macedo, “em termos reais, já que não acompanha a inflação, o objetivo do Auxílio Brasil não vai ser cumprido. O Brasil tem uma inflação que tem subido constantemente, e que agora está sendo desacelerada de forma artificial, e isso vai comprometer resultados futuros”.
No primeiro mês deste ano, o preço da cesta básica chegou a R$ 777,93 na capital São Paulo, R$ 772,07 em Florianópolis, R$ 768,76 em Porto Alegre e R$ 723,55 no Rio de Janeiro.
Em outras cidades, com um índice menor de necessidades alimentares como João Pessoa e Aracaju, a cesta estava no valor de R$ 567,67 e R$ 548,38 reais, respectivamente.
A proposta que prevê a liberação de um credito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil está aguardando apenas a sanção ou veto do presidente da república, Jair Bolsonaro.
Será possível contratar um valor de até R$ 1.500 por meio do Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedores, o SIM Digital, disponibilizado pelo Caixa Tem.
O consignado do Auxílio Brasil tem o objetivo de trazer o acesso ao crédito a esse público muitas vezes negligenciado. A intenção é que o serviço possa ser contratado com comprometimento de até 40% do benefício mensal do contratante.
Atualmente, o programa social atende mais de 18 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social. A previsão de investimento em crédito consignado para este público é de R$ 77 bilhões, segundo a proposta.
O empréstimo consignado do Auxílio Brasil poderá ser contratado diretamente pelo aplicativo Caixa Tem. Após a solicitação do serviço, o interessado deverá aguardar um prazo de até 48 horas para saber se foi aprovado ou não.
Em suma, há duas linhas de crédito. A primeira é destina a pessoas físicas, o limite atual para a contratação é de R$ 1 mil, os juros a partir de 1,95% ao mês e prazo de 24 meses para pagar. No entanto, com a aprovação da proposta o valor do crédito pode subir para R$ 1,5 mil.
A segunda opção é voltada a pessoas jurídicas (MEI). O limite atual é de R$ 3 mil, os juros a partir de 1,99% ao mês e o prazo para pagar de 24 meses. Todavia, como no primeiro caso é possível que o empréstimo seja ampliado R$ 4,5 mil com a aprovação da Medida Provisória (MP).