O número de mortes de Covid-19 no Brasil é acompanhado de perto por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), principalmente em relação aos Estados Unidos . Um dos motivos? Preparar o discurso a ser dito em 2022, ano de eleições presidenciais. As informações são do blog da jornalista Ana Flor.
De acordo com o apurado, até os auxiliares mais otimistas tem percebido que provavelmente o Brasil ultrapassará o número de mortes total em relação aos EUA. O que chama atenção é que o país da América do Norte tem mais de 100 milhões de habitantes de diferença, ou seja, o número será maior tanto em total e ainda mais pensado na proporção de cada país por número de pessoas.
Para se ter uma ideia do cenário atual, os EUA já acumulam 621,6 mil mortes, frente a um total de 328,2 milhões de habitantes. O Brasil, por outro lado, já atingiu 569 mil mortos pela Covid-19 – sendo a população de 211 milhões. Os números são do Our World in Data.
Neste cenário, para as eleições de 2022, duas possibilidades de “explicação” podem ser usadas, a primeira “questionar os números” e segunda declarar, sem provas, que os governos estaduais aumentam o total de mortes pela Covid-19 para terem direitos a mais recursos do governo federal.
A estratégia de questionar o número total de mortes pela Covid-19, inclusive, já foi utilizada por Bolsonaro em junho. Ele atribui um documento ao Tribunal de Contas da União, o que o órgão negou.
“O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ’em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro”, declarou a Corte em junho.
Outro ponto que os auxiliares do presidente estariam atentos, além de mortes pela Covid-19 em comparação com os EUA, está nos números da vacinação. Explica a jornalista Ana Flor e expõe dados do Our World in Data.
Veja abaixo o percentual de vacinação em cada um dos países.
EUA
Brasil
A jornalista também expos que o governo, mesmo com diversos escândalos envolvendo a compra de vacinas e o próprio presidente desacreditar o imunizante, pode tirar proveito da taxa de vacinação. Recente pesquisa do Datafolha apontou que 94% das pessoas desejam se vacinar.
Uma diferença é que enquanto faltam vacinas no Brasil, nos EUA sobram.