O vice presidente em exercício Hamilton Mourão, devido a uma viagem de Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira (20), que a alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) “não é tão expressiva”. As informações são da Agência O Globo.
Defendendo a atitude estabelecida por meio de decreto, Mourão tentou contornar a situação: “O que pude entender é até o final do ano (a vigência do reajuste). Essa arrecadação não é tão expressiva assim. De R$ 2 bilhões. É mais para dar uma folga nas manobras que estão sendo feitas. O presidente mesmo comentou ontem que muita gente está desempregada, tem muita gente sem perspectiva. Compete ao governo auxiliar”, disse.
Mourão ainda comentou que o Bolsonaro não deixou nenhuma tarefa específica e que deve ser reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, porém não disse o motivo.
Aumentar o IOF foi uma das soluções para bancar o Bolsa Família este ano. O governo precisa aprovar o novo benefício social ainda este ano, já que a legislação proíbe que isso seja feito em ano eleitoral, como deve ser em 2022.
A medida vem sendo criticada; “Qualquer aumento de imposto num momento de recessão é ruim. Nós temos que fazer mais com menos, não mais com mais”, Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho Administrativo do Magazine Luiza.
Na entrevista dada na sexta-feira (17) ela ainda falou que as pessoas estão cansadas de pagar mais impostos e defendeu o programa de distribuição de renda, luta continua do ex-senador Eduardo Suplicy. “Não dá mais. Precisamos fazer mais com menos. Como é que vai ser feito? Temos de fazer um exercício. Fazer mais com mais é fácil”, disse
O ex-presidente do BC (Banco Central) Ilan Goldfajn também disse não concordar:
“Não falta dinheiro para Bolsa Família. A quantidade de dinheiro para o Bolsa Família é pequena dentro do Orçamento. Precisamos saber fazer as escolhas. Pense na quantidade de impostos [que temos] na carga tributária que todos nós pagamos, não é pouco. Precisamos, estruturalmente, arrumar a casa. Não adianta fazer várias despesas em ano eleitoral e depois faltar dinheiro para as coisas básicas”, disse ele em entrevista ao Globo News.
O aumento na cobrança do IOF deve ficar em vigor de 20 de setembro de 2021 e 31 de dezembro de 2021, pelo menos é o que prevê o decreto do presidente Bolsonaro.