Tipos de prosas e sua classificação

Gênero textual que preza pela objetividade da mensagem

Prosa é o nome do recurso literário caracterizado pela exposição do pensamento de forma objetiva, em parágrafos diretos, com linguagem denotativa dispensando ambiguidades e sentidos figurados.

A prosa é considerada um gênero textual da Língua Portuguesa, cujo tipo de texto escrito não apresenta preocupação com estética, rimas ou figuras de linguagem.

A prosa é o tipo da estrutura textual da carta, notícia, da literatura e oratória, por exemplo, em que a preocupação do emissor da mensagem é comunicar algo de forma objetiva.

A estrutura do texto em prosa apresenta estruturas sintáticas lógicas e claras de divisões com isenção de rimas desenvolvendo-se com coesão textual.

A identificação desse gênero pode ser com base nos personagens, na linguagem e na estrutura do texto. No gênero textual prosa o personagem é outra pessoa diferente do enunciador.

A linguagem apresenta discursos analíticos e objetivos, sem ambiguidade e predominância pela denotação, cujo sentido é apresentado no significado real da palavra. Assim, a prosa contrapõe-se à estrutura do verso e ao conteúdo da poesia.

Tipos de prosa e suas classificações

Uma prosa pode ser narrativa, quando compreender história ou ficção, e demonstrativa, quando abranger a oratória e a didática como tratados, ensaios, diálogos e cartas.

Além dos tipos, a prosa pode ser classificada pela função. Assim, apresenta-se sob forma argumentativa, dramática, informativa ou contemplativa.

Narrativa

Confira um trecho de prosa narrativa retirado do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.

Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.

Demonstrativa

A prosa demonstrativa engloba cartas, diálogos e textos, tratados e ensaios.

Confira abaixo um trecho do livro Harry Potter – Relíquias da Morte, de J. K. Rowling.

– Mamãe disse que era a meia noite – disse Rony, que tinha se esticado e colocado as mãos atrás da cabeça para ouvir.

Hermione lhe deu um olhar de irritação.

– Desculpe, eu só pensei que ia ser melhor se fosse a meia noite! – disse Rony.

– Sim, porque nós realmente precisamos de mais terror em nossas vidas, – disse Harry antes que pudesse evitar. Xenófilo que não parecia estar prestando muita atenção disse – Vamos, continue Hermione.

Em tempo os irmãos acharam um rio muito fundo para atravessar e muito perigoso para atravessar a nado. Contudo, esses irmãos haviam aprendido as artes mágicas, e quando eles simplesmente acenaram suas varinhas, uma ponte apareceu acima da água em revolta. Eles estavam na metade do caminho quando perceberam que a ponte estava bloqueada por uma figura encapuzada.

E então, a Morte lhes falou.

– Desculpe, interrompeu Harry, – mas a Morte falou com eles?

– É um conto de fadas Harry!

– Certo, desculpe, continue.

E a Morte falou com eles. Ela estava brava, pois tinha sido enganada por suas três novas vítimas, que tiraram dela os viajantes que morriam no rio. Mas a Morte, que era traiçoeira resolveu presentear os três irmãos por sua mágica e disse que cada um deveria pedir um prêmio por ser mais esperto que ela.

Diferenças entre prosa, poesia e prosa-poética

A prosa e poesia são gêneros textuais, o que implica considerar que cada uma possui características próprias de linguagem e estrutura.

Embora a poesia e prosa sejam gêneros diferentes, muitas pessoas confundem esses dois estilos. Contudo, existe um intermédio entre esses dois gêneros, chamado de prosa-poética.

A prosa-poética é o nome da poesia escrita como prosa, mas sem rima e métrica, que são características da poesia. No entanto, a diferença básica entre elas é que no texto poético há uma preocupação com a forma da escrita, em como que as palavras estão dispostas no texto, além de possuir linguagem subjetiva contendo as impressões do autor. Por isso, a poesia é o texto que caracteriza-se pela presença de versos e utilização das figuras de estilo.

Assim, na poesia existe uma preocupação com a aparência estética da escrita, ao contrário da prosa que tem o estilo da escrita em texto corrido, como os textos escritos no dia a dia.

Contexto histórico

O desenvolvimento da prosa ocorreu no período da Idade Média, mas só chegou ao Brasil durante o século XVII, por influência dos jesuítas, sendo o Padre Antônio Vieira o principal nome relacionado ao início da prosa no país.

Ainda assim, no século seguinte a prosa ainda não estava em evidência, vindo a torna-se mais difundida no século XIX. Os primeiros grêmios literários e eruditos que surgiram no Brasil acompanharam o desenvolvimento da prosa, através do surgimento de “academias”, na Bahia e no Rio de Janeiro.

Foi somente no século XIX que a prosa ganhou autoridade a partir dos panfletos de Frei Caneca, condenado à morte pela participação na Confederação do Equador.

Escritores destaques na prosa

Os nomes mais famosos quando o assunto é prosa são Hipólito da Costa, com seus ensaios publicados no jornal O Correio Braziliense; Evaristo da Veiga; José de Alencar, com a obra O Guarani; Joaquim Manuel de Macedo, com o livro A Moreninha; Álvares de Azevedo e Manuel Antônio de Almeida.

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