De acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, não estão previstos reajustes para o programa Bolsa Família e os salários dos servidores públicos também não receberão aumentos.
O governo estipulou um crescimento real das despesas de 1,7%, o que resultaria em um acréscimo de R$ 129 bilhões nos gastos públicos.
Todavia, a maior parte dos ministérios deve manter seus gastos não obrigatórios no mesmo patamar do ano anterior.
Essa decisão, além de afetar negativamente o programa Bolsa Família, não contempla qualquer previsão para correções na tabela do Imposto de Renda (IR) e estabelece um salário mínimo de R$ 1.421 para o próximo ano.
Contrastando com essas medidas de contenção, o projeto orçamentário prevê desembolsos de R$ 37,6 bilhões destinados às emendas parlamentares impositivas, representando um aumento em relação ao ano anterior.
Entretanto, os gastos obrigatórios, como aqueles relacionados à Previdência Social e ao cumprimento dos pisos constitucionais para saúde e educação, exercem um impacto significativo sobre o espaço disponível para investimentos.
Essas diretrizes orçamentárias indicam uma abordagem fiscal conservadora, com foco na contenção de despesas discricionárias, o que pode ter implicações em programas sociais, como o Bolsa Família, e investimentos públicos.
Por outro lado, prioriza o cumprimento de obrigações legais e constitucionais, bem como a alocação de recursos para emendas parlamentares.
Os investimentos em saúde estão programados para um significativo aumento de 30%, elevando-se de R$ 168,1 bilhões para R$ 218,4 bilhões, demonstrando um compromisso do governo com o bem-estar da população.
Além disso, a área da educação também receberá um aumento de 8,5%, com o piso subindo de R$ 99,9 bilhões para R$ 108,4 bilhões. No que diz respeito aos investimentos, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) estabeleceu um patamar de R$ 68,5 bilhões para o ano de 2024.
Entretanto, é importante notar que o programa Bolsa Família enfrentará um contingenciamento de R$ 21 bilhões devido a despesas condicionadas previstas no PLOA de 2024.
Enquanto as despesas discricionárias do Governo Federal aumentam em R$ 18 bilhões, totalizando R$ 211,9 bilhões, a parcela flexível do Orçamento permanece restrita a aproximadamente R$ 55 bilhões.
Este valor é mantido mesmo após considerar os pisos para investimentos, gastos mínimos em saúde e educação, emendas parlamentares impositivas e outros gastos obrigatórios.
Além disso, o PLOA também prevê a inclusão de R$ 32,4 bilhões em despesas condicionadas, que serão executadas mediante crédito adicional, dependendo da evolução da inflação no segundo semestre do ano.
Assim, essa medida flexível permite ao governo ajustar os gastos de acordo com as condições econômicas em constante mudança.
Essas disposições no Projeto de Lei Orçamentária refletem a complexa tarefa de equilibrar as necessidades e as demandas orçamentárias do país, com foco na saúde, educação e investimentos, enquanto também levam em consideração fatores econômicos e contingências futuras, como no caso do Bolsa Família.
“Hoje não temos, à luz do cumprimento da meta fiscal zero, condições de ampliar as discricionárias de 2023 para 2024, salvo os pisos constitucionais”, afirmou a ministra do Planejamento, Simone Tebet em uma entrevista.
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Seguindo as diretrizes do programa Bolsa Família, cada membro de uma família beneficiária tem o direito de receber um subsídio no valor de R$ 142.
Entretanto, para famílias de menor tamanho que não alcancem o montante mínimo de R$ 600, o Governo Federal garante um complemento financeiro para atingir esse patamar.
Por outro lado, famílias numerosas, como aquelas compostas por dez pessoas, agora têm direito a receber um benefício total de R$ 1.420, conforme a nova fórmula de cálculo do Bolsa Família.
Dessa forma, esse valor representa um suporte financeiro significativo para o sustento e o bem-estar de todos os seus membros.
As disposições do programa incluem:
Os depósitos do recém-criado Bolsa Família tiveram início em março, estabelecendo uma média de pagamento de R$ 670.
Observação: é importante ressaltar que esses valores são cumulativos, o que significa que uma família pode receber múltiplos acréscimos, dependendo da composição do seu núcleo familiar. Além disso, o governo se compromete a realizar correções nesses valores em um prazo máximo de dois anos.
Ademais, o texto também contempla o “benefício extraordinário de transição”, que visa atender às famílias que anteriormente eram beneficiárias do Auxílio Brasil, o programa de transferência de renda implementado pelo governo de Jair Bolsonaro.