Uma pesquisa realizada pelo IBGE e anunciada nesta quarta-feira (27), aponta que a taxa de desemprego no Brasil caiu 13,2% no trimestre que se encerrou em agosto. No entanto, apesar da melhora, a renda média dos trabalhadores brasileiros caiu 10,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
A renda média dos trabalhadores em um ano caiu 10,2%. Por isso, hoje a média nacional de renda é de R$2489,00, isso incluindo todas as categorias e os empregos do setor público.
A pesquisa também apontou que houveram mudanças importantes nas características de trabalho do brasileiro em relação ao que foi registrado no ano anterior. A quantidade de trabalhadores informais aumentou 19,3% no período considerado no estudo.
Já o número de trabalhadores autônomos continua subindo, registrando alta de 4,3% de um trimestre para outro, e de 18,1% quando se trata da comparação anual. Isso significa que cerca de 37 milhões de brasileiros trabalham por conta própria hoje no país.
Só se consegue mensurar realmente a força da economia brasileira quando se compara a queda na renda média dos cidadãos e a alta da inflação. Realizando essa comparação, pode-se concluir que o Brasil não está vivendo seu melhor momento na economia.
A quantidade de cidadãos brasileiros ocupados foi estimada em 90,2 milhões, isso representa um crescimento de 4% em relação ao trimestre anterior. Isto é, um aumento de 3,4 milhões de pessoas ocupadas.
“O nível de ocupação subiu 2 pontos percentuais para 50,9%, o que indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país. Em um ano, o contingente de ocupados avançou em 8,5 milhões de pessoas”, ressaltou o IBGE.
A renda média real do trabalhador brasileiro foi estimada em R$2489,00 no trimestre que se encerrou em agosto de 2021, isso corresponde a uma diminuição de 4,3% em 3 meses e de 10,2% se comparado com o mesmo trimestre de 2020. O resultado observado mostra um desgaste da renda advindo do trabalho em um ambiente onde a inflação está muito alta.
Segundo dados do IBGE as quedas registradas nesse período, foram as maiores desde o início da série histórica que teve início em 2012, em ambas as comparações.
A massa de rendimento real, que é a soma de todos os rendimentos dos trabalhadores brasileiros, retrocedeu 0,7% quando se leva em conta a comparação anual, dessa forma, atingindo R$219,2 bilhões, o que significa R$1,5 bilhão a menos que vai para a população ocupada.
“A queda no rendimento está mostrando que, embora haja um maior número de pessoas ocupadas, nas diversas formas de inserção no mercado e em diversas atividades, essa população ocupada está sendo remunerada com rendimentos menores. A ocupação cresce, mas com rendimento do trabalho em queda”, afirmou a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,) Adriana Beringuy.
Segundo dados do IBGE, quando comparado ao mesmo trimestre de 2020, as reduções mais significativas na renda média ocorreram em ocupações na indústria (-13,8% ou menos R$396), na área de alojamento e alimentação (-11,6% ou menos R$196), no comércio, reparação de veículos e motocicletas (-9,6%, ou menos R$207) e na construção (-9,2% ou menos R$187).