Um levantamento realizado em setembro pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) constatou que, de 3.988 governos locais, apenas 197 (4,9% da amostra) têm uma data para reabrir as escolas.
De acordo com a CNM, entretanto, “a realidade tem mostrado, especialmente em nível estadual, que as previsões iniciais não têm se confirmado e o retorno tem sido adiado, a exemplo do que ocorreu no Maranhão, Rio Grande do Norte, Acre, Piauí e Distrito Federal”.
Por outro lado, 3.742 prefeituras consultadas pela pesquisa não têm previsão para a retomada das aulas presenciais em suas redes municipais de ensino.
A saber, a amostra colhida pela CNM engloba 71,6% das cidades do país, que, ao todo, possui 5.570 municípios.
Em relação às prefeituras que não confirmaram um calendário de retorno, de acordo com a entidade, não significa uma “posição omissa” dos prefeitos.
“Ao contrário, decidir pela não retomada das aulas indica uma postura responsável e cautelosa do gestor. A situação não pode ser simplificada, a pandemia já representa prejuízo à aprendizagem dos alunos e da educação como um todo. Mas a pergunta sobre quando retornar essas atividades precisa ter uma resposta com responsabilidade. Pois é inegável a preocupação com a retomada das aulas por conta da disseminação do vírus”, diz o relatório da pesquisa.
Para a CNM, o principal impasse para que as prefeituras não se decidam sobre a reabertura das escolas se dá por conta dos riscos de contágio por Covid-19.
De acordo com as autoridades sanitárias de diversos estados, o dia a dia escolar pode significar um aumento gradativo nos casos de coronavírus. Sendo assim, professores, alunos e funcionários se colocariam em uma situação vulnerável ao voltar para as atividades.
“O entendimento é balizado pelo risco de aumento de contaminação da covid-19, em razão da exposição de milhares de estudantes e professores, o que pode colocar a população em potenciais situações de contágio”, diz a CNM.
Segundo a pesquisa, boa parte dos municípios que não pensam na reabertura oferecem algum tipo de atividade pedagógica a distância. O material impresso ocupa o primeiro lugar entre as opções escolhidas pelas prefeituras.
Muitas outras têm investido também nos meio digitais, cerca de 3.152 cidades (81,1%). E quando se trata de TV e rádio somente 6,5% dos municípios ouvidos (254) realizam aulas por me rádio, equivale somente a 3,5% das cidades.
Um panorama interessante é sobre o uso de aplicativos de mensagens, que têm auxiliado na entrega de lições pelos alunos. 3.360 municípios (86,4% da amostra) apostam nesse método atualmente.