A Anvisa publicou, na última terça (29/11), a autorização para a condução da segunda fase (Fase 2), do ensaio clínico da candidata à vacina para Covid-19, a vacina NDV-HXP-S contra Covid-19 (recombinante, inativada), denominada Butanvac, segundo informações oficiais.
A Butanvac é uma vacina recombinante de vírus inativado, descrito ainda como sendo de vírus quimérico inteiro inativado baseado no vírus da doença de Newcastle / Newcastle Disease Virus (NDV), que foi modificado para também expressar a proteína SARS-CoV-2 S em sua superfície.
Uma vez que o NDV cresce bem em ovos de galinha embrionados, a vacina quimérica de NDV pode ser fabricada usando um processo de menor custo, como já empregado atualmente para a vacina inativada do vírus da gripe.
O ensaio clínico aprovado é de Fase II/III, duplo-cego, randomizado com controle ativo com a vacina Comirnaty (Pfizer), para avaliação de segurança, imunogenicidade e consistência de lotes da dose de reforço da vacina NDV-HXP-S contra COVID-19 (recombinante, inativada), protocolo NCV-02-IB (Clinicaltrails.gov/ NCT05354024).
Neste momento foi concedida a autorização para o início da Fase II do ensaio clínico e após avaliação da Anvisa dos resultados apresentados nesta fase, o IB poderá prosseguir para a Fase III do estudo, tão logo for autorizado, explica a Anvisa.
A primeira fase do estudo (Fase 1) foi autorizada pela Anvisa em junho de 2021, conforme a Resolução (RE) 2.264 de 09/06/2021, e iniciada em julho do mesmo ano. O cronograma para a realização do desenvolvimento clínico, incluindo o momento de início de cada fase do estudo, é de responsabilidade da empresa patrocinadora.
De acordo com o protocolo clínico, planeja-se incluir 4.400 participantes (400 na Fase II e 4.000 na Fase III). O estudo deve ser realizado em 3 (Fase II) e até 10 (Fase III) centros clínicos distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia.
A Anvisa informa que serão incluídos participantes com idade de ao menos 18 anos no momento do consentimento, dos quais 50% e 20% com idade de no mínimo 60 anos nos estudos Fase II e Fase III, respectivamente, independentemente do status de infecção por SAR-CoV-2, com comprovação de quatro doses de qualquer vacina contra COVID-19, das quais a última dose administrada no intervalo entre 120 e 240 dias.
Para esta autorização, a Anvisa analisou os dados das etapas anteriores de desenvolvimento do produto, incluindo estudos não clínicos in vitro e em animais, bem como os dados preliminares de estudos clínicos em andamento. Os resultados obtidos até o momento demonstraram um perfil de segurança aceitável da vacina proposta.
Antes da aprovação do ensaio clínico, a Anvisa realizou reuniões com a equipe do Instituto Butantan, a fim de alinhar todos os requisitos técnicos necessários para os testes e avaliou todas as evidências apresentadas, em caráter prioritário, segundo informações oficiais.