Cientistas descobriram que o escritor americano, John Hollis, de 54 anos, possui superanticorpos contra o novo coronavírus, tornando-o imune à Covid-19. A descoberta foi feita pela Universidade George Mason, onde o escritor trabalha no departamento de comunicação. As informações são da BBC Brasil.
Tudo começou quando, em julho de 2020, Hollis disse que morava com uma pessoa que estava com sintomas graves de Covid-19 ao médico Lance Liotta, professor da Universidade George Mason. O professor, que estuda formas de combater o coronavírus, então pediu para Hollis se voluntariar a um estudo científico na universidade.
“Foram duas semanas muito assustadoras”, conta John Hollis. “Por duas semanas eu esperei a doença me atingir, mas nunca aconteceu.”
Assim Hollis descobriu que não apenas tinha contraído o coronavírus, mas também que seu corpo produz superanticorpos que o tornam permanentemente imune à Covid-19. O vírus entrou em seu corpo, mas não conseguiu infectar suas células por conta dessa proteção acima da média.
“Essa tem sido uma das experiências mais surreais da minha vida”, conta o escritor.
O resultado dos estudos surpreendeu os médicos, que passaram a colher mostras de sangue de Hollis. “Nós coletamos o sangue de Hollis em diferentes momentos e agora é uma mina de ouro para estudarmos diferentes formas de atacar o vírus”, afirmou Liotta.
Na maioria dos pacientes, os anticorpos produzidos para combater a infecção atacam as proteínas das espículas do coronavírus. Tais espículas também são chamadas de ‘Proteína S’ (spike) e são formações na superfície do vírus que parecem espinhos e ajudam a infectar as células humanas.
“Os anticorpos do paciente grudam nas espículas e o vírus não consegue grudar nas células e infectá-las”, explica Liotta. Normalmente, leva certo tempo para o paciente consiga produzir esses anticorpos específicos que combatem o coronavírus.
Os anticorpos de Hollis são diferentes, pois atacam diversas partes do coronavírus, não apenas as proteínas das espículas, conseguindo eliminar o vírus rapidamente. A potência dos superanticorpos é tamanha que nem mesmo as novas variantes são capazes de infectar Hollis.
“Você poderia diluir os anticorpos dele em 1 para mil e eles ainda matariam 99% dos vírus”, explica Liotta.
Cientistas estudam os superanticorpos de Hollis e de outros pacientes para aprender como melhorar as vacinas e medicamentos contra Covid-19.